O senador Jayme Campos (DEM) avaliou como injustiça o afastamento de Emanuel Pinheiro causado por 259 contratações. Ele ainda afirmou que o MDB deveria manifestar apoio ao prefeito, e disse que se fosse com ele, a única saída seria se afastar da sigla. Emanuel está afastado da Prefeitura de Cuiabá há quase três semanas.
“Na minha visão, se a matéria, ou seja, o afastamento dele, a razão maior foi porque ele fez 259 contratos aqui na Prefeitura de Cuiabá, amigo, seria muita injustiça o que estariam cometendo contra ele”, afirmou o democrata na manhã desta sexta-feira (5).

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Questionado se Emanuel teria sido abandonado por seu partido, o MDB, Jayme disse que não tem conhecimento, mas cobrou um posicionamento oficial da sigla e afirmou que não aceitaria este comportamento se a situação fosse com ele.

“Quem tem que manifestar solidariedade de forma... é o partido. Eu acho que o partido teria que fazer uma manifestação. Se eu for do seu partido você não tem a sua solidariedade nesse momento de dificuldade só me resta uma coisa, é afastar do o partido né? ”, questionou.

Jayme estava com Emanuel na inauguração do asfalto no Jardim Florianópolis na noite anterior ao afastamento do prefeito. Ele disse, em entrevista, que não tem nenhum constrangimento em relação a isso, e que participou também porque foi ele quem fundou o bairro.

“Ele me convidou, gentilmente, eu compareci e graças a Deus eu fui recebido de forma calorosa, ovacionado pelos moradores que lá na década de 1990 teve a oportunidade de receber lá um pedaço de terra para construir a sua moradia própria (...) É bom que se esclareça, o político tem que ter o mínimo de altivez, o mínimo de respeito, caso contrário você é meu amigo só na hora da boa política? Se tiver alguma coisa, alguma prática não republicana, aí não tem a obrigação de ser solidário com você. Eu fui solidário com ele porque eu acho de que a razão de seu afastamento, para mim particularmente, não é razoável”, disse.
Afastamento de Emanuel

A ação proposta pelo Ministério Público (MPE) em face do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) tem como objeto contratações temporárias irregulares. Segundo apurado pelo Olhar Jurídico, decisões judiciais estão sendo descumpridas desde o ano de 2018. A citadas contratações serviriam, segundo denúncia, para compra de apoio político.

Paralelo ao processo, o Poder Judiciário deferiu medidas cautelares visando a busca e apreensão e sequestro de bens em desfavor de Cuiabá Emanuel Pinheiro e sua esposa Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro, do chefe de gabinete Antônio Monreal Neto, da secretária adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos Ivone de Souza e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas Ricardo Aparecido Ribeiro. Emanuel foi afastado da função pública; Antônio Monreal Neto foi preso temporariamente, mas já está solto com o uso de tornozeleira eletrônica.