O governador Mauro Mendes (DEM), que retornou nesta semana da COP-26 na Escócia, defendeu em entrevista coletiva à imprensa que as Áreas de Preservação Ambiental (APPs) possam ser exploradas, com contrapartida. Segundo ele, as medidas na Europa e nos Estados Unidos são mais brandas, principalmente quando se fala de rios urbanos: “O mundo inteiro está errado e só o Brasil está certo?”, questionou.
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Um dos exemplos dados por Mauro foi a terra indígena Raposa Terra do Sol, que comparou a um “quadro muito caro na parede enquanto o dono está morrendo de fome”. Para o governador, é preciso explorar os minérios daquela terra. “Você tem recursos naturais que precisam de ser aproveitados, porque eles geram riqueza para o nosso país. Não podemos ficar com riquezas aí do nosso solo - eu disse isso um dia na frente do presidente Jair Bolsonaro. Quantos aqui já devem ter falado? Aquelas lá em Roraima, naquela Serra Raposa do Sol, são bilhões e bilhões e bilhões e talvez trilhões de dólares enterrados ali. Foram lá e criaram uma reserva indígena em cima para o Brasil não explorar. Então seria a mesma coisa você ter um quadro que vale milhões de reais na parede da sua casa e você passando fome. Isso não é correto”, argumentou.
O governador sugeriu que, por exemplo, um pedaço da área preservada seja explorada e haja, ainda, uma forma de contrapartida. Outro exemplo dado por Mauro foram os rios. “Aqui no Brasil você não pode nem chegar perto de um APP dentro da cidade, você tem que deixar ele trinta metros, o rio tem que passar intacto. Você vai na Europa, no mundo inteiro, dentro da cidade o rio é concretado dentro da cidade. Aí eu pergunto: o mundo inteiro está errado e só o Brasil está certo? Você vai naquelas belíssimas cidades europeias, americanas, na China, tanto lugar que eu já tive a oportunidade, e olha que eu conheço um pouquinho ao longo da minha vida, os rios dentro das cidades são muito utilizados”.
Mauro lembrou que quando era prefeito de Cuiabá e construiu o Parque das Águas teve problemas para fazê-lo: “Os caras queriam que eu deixasse 30 metros de mata perto do lago e fizesse a pista de caminhada lá longe. Ia ficar horrível o parque. Na época eu peitei, fui para cima, falei e convenci. Falei: ‘gente, uma área urbana tem que ter um conceito diferente’. Então é isso, tem que evoluir um pouco para isso”.
Segundo o democrata, é necessário evoluir para usar os recursos disponíveis e haver alguma forma de compensação. Ele ainda classificou algumas determinações como “hipocrisia ambiental”: “ Preservação é usar racionalmente aquilo que nós temos preservando. Agora, preservar não significa não utilizar”, finalizou.
