A maioria dos casos de feminicídio registrados em Mato Grosso são de jovens adultas (30 - 39 anos) e de mulheres que estavam em momentos de plenitude da vida e da idade produtiva economicamente. Além disso, grande parte tinha profissões pouco remuneradas no mercado de trabalho, como cuidadora, auxiliar de limpeza, cozinheira e atendente de telemarketing.
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O dado consta em estudo sobre homicídios e feminicídios de mulheres no estado durante 2021, produzido pela Polícia Civil. De acordo com a corporação, a investigação traz um perfil das vítimas e também o vínculo entre essas mulheres e os autores dos crimes. Das 85 mulheres mortas em 2021, 22% delas tinham entre 18 e 29 anos; 34% entre 30 e 39 anos e 24% de 40 a 49 anos.
Ainda conforme a análise, 26% dos autores dos crimes tinham algum tipo de vínculo amoroso com a vítima, seja marido, companheiro, namorado ou convivente. Os três grupos etários mataram as vítimas em momentos de plenitude da vida, idade produtiva economicamente e de reprodução (maternidade).
Escolaridade e profissão das vítimas
Em relação a escolaridade das mulheres mortas em 2021, o levantamento aponta que 13% delas tinham apenas o ensino fundamental e 11% o ensino médio. Quanto à profissão, a maioria das vítimas de homicídios ocorridos no ano passado tinha ocupações pouco remuneradas no mercado de trabalho, como cuidadora, auxiliar de limpeza, cozinheira e atendente de telemarketing.
Vínculo entre autores e vítimas
O vínculo entre vítimas e autores é mais um ponto que reforça a violência no interior das unidades domésticas e familiares. O estudo mostra que os autores dos homicídios tinham ou tiveram um relacionamento afetivo com as vítimas, sejam eles maridos, conviventes, namorados, companheiros ou ex.
Os dados apontam que 26% dos crimes foram cometidos por um desses relacionamentos, seja marido, convivente ou namorado. Já aqueles que não tinham mais nenhuma relação com as vítimas (namorados ou ex-conviventes) alcançam 12% dos crimes cometidos.
Em alguns casos registrados, os crimes também foram cometidos por pessoas ligadas às vítimas de outras formas, como cunhado, genro, amigo ou conhecido.