O deputado federal José Medeiros esteve reunido em Brasília com Jair Bolsonaro e afirmou que ouviu do presidente a possibilidade de ele ficar neutro na candidatura a Governo do Estado em Mato Grosso. Segundo o parlamentar, Bolsonaro entende que Mauro Mendes (UNIÃO) não pretende cumprir o acordo de assumir de fato o palanque bolsonarista e que a única chance de eles seguirem juntos é se o governador coligar oficialmente com o PL, abraçando de vez a candidatura ao Senado de Wellington Fagundes.

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“Essa história de palanque aberto, é como diz aquele ditado: malandro quando vê que vai cair deita. Soltaram esse balão de ensaio, mas não colou e veio uma reação muito forte, tanto que o Cidinho e o Fabio Garcia já vieram a público negar, porque eles são os emissários do Mauro e sabem que isso desagradou muito o Bolsonaro e o Valdemar. O acordo nunca foi esse, se eles tivessem ido lá e tivessem falado essa história de palanque aberto não teria nem conversa. Vende uma coisa e entrega outra? É conversa de bêbado pra delegado?”, questionou o parlamentar.

Medeiros discorda da aliança com Mauro Mendes desde o princípio, mas acabou aceitando a conjuntura a pedido do próprio presidente Bolsonaro, que acordou dividir palanque com o atual governador afim de fortalecer a chapa do PL em Mato Grosso.

Ocorre que, apesar dos acenos ao presidente e de dizer que apoiaria a reeleição de Bolsonaro, Mauro Mendes nunca vestiu a camisa do grupo e reiteradamente critica algumas de suas agendas mais sensíveis, como na questão dos ataques às urnas eletrônicas.

Segundo Medeiros, o fato de Mauro Mendes seguir “em cima do muro” com relação ao apoio a Wellington teria sido a gota d’água para o presidente Jair Bolsonaro.

“Na última vez que estivesse com o Bolsonaro deixei bem claro pra ele e pro Valdemar como as coisas estão por aqui e que nós precisamos imediatamente criar uma alternativa, porque o governador não está nem aí para a nossa candidatura ao Senado”, disparou.

Segundo o deputado, o melhor cenário na avaliação dos bolsonaristas de Mato Grosso seria convencer o PTB a fechar aliança com Wellington, tendo Antônio Galvan a Governo. Ocorre que o presidente da sigla, Victorio Galli, já teria firmado compromisso com Mauro Mendes e “quem conduz a batuta ali é ele”, pontuou.

“Então, o Bolsonaro pode acabar ficando neutro, porque o que ele me disse é que se o acordo é só de um lado não tem acordo. Para mim ele deixou muito claro que o que tentarmos aqui, se nada der certo, ele pode ficar neutro”, finalizou o parlamentar.