O deputado federal cassado Neri Geller (PP) apresentou, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (24), um depoimento de Pierre François Amaral de Moraes, que denuncia que Wellington Fagundes (PL) recebeu R$ 1 milhão em propina para sua campanha ao Senado Federal, e o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) recebeu R$ 500 mil para a campanha ao Governo do Estado. Metade do dinheiro de Wellington teria sido entregue a seu filho em uma caixa de vinho.
O depoimento de Pierre foi dado em 2018 à Delegacia Especializada de Crimes Fazendários. Pierre é empresário, dono de madeireira e natural de Rondonópolis, mesma cidade de Wellington Fagundes. Na declaração, ele diz que intermediou a conversa entre Wellington e o então governador Silval Barbosa, que teria “repassado” o valor de R$ 1,5 milhão de propina da empresa Planserv.
Ainda de acordo com o depoimento, Wellington teria procurado Pierre para cobrar ajuda financeira de Silval, e o empresário ficou de conversar com o governador. No dia seguinte, Silval teria autorizado Pierre a usar os valores de propina que viriam para ajudar na campanha do então deputado federal Wellington ao Senado.
O repasse destes valores para Pierre foi feito em um posto de gasolina por meio de pagamento de alguns boletos de valores entre R$ 50 mil, R$ 80 mil e R$ 100 mil. A primeira entrega do montante de R$ 500 mil a Wellington teria sido feita entre os dias 15 e 17 de setembro no apartamento do então deputado.
Já a segunda parte dos R$ 500 mil teria sido entregue ao filho de Wellington, em Rondonópolis, com o dinheiro em espécie dentro de uma caixa de vinho. Outros R$ 500 mil teriam sido entregues para Lúdio Cabral, então candidato ao Governo do Estado, por meio de pagamentos via TED, a pedido de Carlos Rael.
Outro lado
A assessoria de imprensa do senador Wellington Fagundes (PL) afirmou que ele deve se manifestar sobre o caso ainda hoje por meio de seus advogados.
Já Lúdio Cabral (PT) pontuou que a campanha ao governo, realizado em 2014, foi realizada com recursos devidamente declarados e teve a prestação de contas analisada e aprovada pela Justiça Eleitoral. "Lúdio não tem conhecimento dos supostos fatos narrados à imprensa e não responde a nenhum processo", narrou a nota.
