O candidato ao Senado Federal Antônio Galvan (PTB), presidente licenciado da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), considerou que a fala do ex-presidente Lula (PT) a respeito da produção de arroz orgânico pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi uma “afronta” aos verdadeiros produtores de orgânicos do Brasil. Galvan, que se diz o “legítimo” candidato bolsonarista, ainda chamou o MST de “quadrilha”.
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Galvan afirmou que não ‘perdeu tempo’ assistindo à entrevista, mas soube do que Lula disse pela mídia. “Querer destacar o MST como produtores especialmente de produtos orgânicos é ofender quem produz o produto orgânico com certeza, porque ele dá mais trabalho de você produzir do que a produção normal, comercial, como é feita, usando defensivos, fertilizantes químicos e tudo mais. Isso é uma ofensa para quem realmente faz essa produção também tão importante que existe esse mercado de produção de orgânicos, porque tem que se trabalhar”, disse o candidato, em entrevista ao
Olhar Direto.
Na mesma linha, chamou o MST de “quadrilha” apoiada por Lula, mas reiterou que os assentados “não têm nada a ver”. “O assentado está assentado, foram feitas as reformas agrárias, tudo certinho, estão lá produzindo. Agora, o MST não tem nada a ver com os assentamentos, nada a ver com o agricultor de um modo geral. Porque a verdadeira agricultura familiar está lá no campo produzindo e não fazendo anarquia, tentando impedir que se produza, como tem casos específicos aqui, porque tem gente do MST querendo invadir assentamentos porque está tudo normal, se trabalhando, se produzindo. Não podemos aceitar. Nunca perderia tempo de escutar um homem daquele, se é que dá para chamar de homem”, completou.
O dado citado por Lula é do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). De acordo com o Irga, o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina há dez anos. A produção é concentrada somente no Rio Grande do Sul, e na safra de 2021/2022 a estimativa é de 15 mil toneladas produzidas (mais de 310 mil sacas de 50kg).
Ainda sobre a relação entre o agro e o PT e as falas de Lula, Galvan afirmou que só defende o presidente quem teve “favorecimentos” nos governos Lula e Dilma. “São interesses pessoais e próprios que levam pessoas a fazer esse tipo de declaração. Pessoas sérias, comprometidas com o país, comprometidas com a produção de alimentos, não tem nenhum que sai em defesa de uma pessoa que formou uma quadrilha no país e assaltou o nosso país”, disparou.
