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Domingo, 02 de junho de 2024

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facadas e machadadas

Delegado deve ouvir nesta segunda-feira patrão de bolsonarista que matou colega eleitor de Lula

Foto: Reprodução

Caso é investigado pelo delegado da delegacia de Confresa.

Caso é investigado pelo delegado da delegacia de Confresa.

O delegado Victor Oliveira deverá ouvir, nesta segunda-feira (12), o patrão do bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, 24, preso por matar o colega de trabalho e lulista, Benedito Cardoso dos Santos, de 44, em uma chácara a 34 quilômetros de Confresa. Os dois estavam sozinhos na chácara onde trabalhavam quando começaram uma discussão por conta das divergências políticas. 


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Ao longo da investigação, sete pessoas foram ouvidas. O inquérito deve ser concluído ainda nesta semana e remetido ao Poder Judiciário. O delegado Victor Oliveira autuou o bolsonarista em flagrante por homicídio com duas qualificadoras: motivo fútil e meio cruel. 

Benedito acabou morto com cerca de 15 golpes de faca e machado. A vítima chegou a ser atingida nos olhos, testa e os últimos golpes foram no pescoço. O objetivo do assassino era decapitar o rapaz. As armas foram encaminhadas para perícia. 

O homicídio 

O crime aconteceu na noite da última quarta-feira, 7 de setembro, depois de um dia de trabalho. Os dois estavam sozinhos na casa quando começaram uma discussão por conta das divergências políticas. Em determinado momento da briga, Benedito deu um soco no queixo de Rafael, que revidou. 

Na sequência, o lulista pegou uma faca e foi para cima do rival, que conseguiu tomar a arma e atingir o adversário. Benedito tentou fugir, mas acabou perseguido pelo bolsonarista e morto com requintes de  crueldade. 

"Eles trabalharam durante o dia e o fato foi à noite. Eles estavam descansando, tinham acabado de jantar, estavam fumando cigarro e começaram a falar de política", relatou o delegado Victor Oliveira.

O lulista e o bolsonarista se conheciam há apenas dois dias e Rafael dormia na chácara temporariamente para cortar lenha. "Eram apenas colegas de trabalho, recém-conhecidos, estavam trabalhando juntos há dois dias e tiveram essa discussão". 

Segundo Victor Oliveira, os dois não eram fanáticos políticos e não participaram de qualquer manifestação realizada no feriado a favor dos candidatos à presidência. Em Confresa, inclusive, houve uma grande carreata em apoio a Bolsonaro, mas tudo ocorreu tranquilamente, conforme o delegado. 

"Aqui [Confresa] teve o desfile de 7 de setembro e uma grande carreta também, só que nenhum dos dois participou do evento, tendo em vista que eles estavam na chácara e também não eram fanáticos. Eles começaram a se desentender, foi uma discussão banal mesmo", lamentou. 

Rafael acabou preso depois de procurar atendimento médico no hospital por causa de um ferimento na mão causado durante o homicídio. No local, a Polícia Militar suspeitou da situação pois já tinha conhecimento de um óbito na chácara. Durante interrogatório ao delegado confessou o crime. 

O delegado representou pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. O juiz da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, Carlos Eduardo Pinho, acatou o pedido em audiência de custódia realizada quinta-feira (8). 
Na decisão, o juiz cita que há indícios suficientes para a qualificação da prisão, uma vez que, o acusado já responde por outros crimes contra a vida.  Ele diz ainda que a intolerância não deve e não será admitida.

"Assim, em um Estado Democrático de Direito, no qual o pluralismo político é um dos seus princípios fundamentais torna-se ainda mais reprovável a conduta do custodiado. A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie. Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável". 
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