Uma das exceções de Mato Grosso, Barão de Melgaço (112 Km de Cuiabá) pode ser considerado o município mais petista do Estado. Nas últimas cinco eleições, candidatos do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República costumaram ter apoio da maioria dos 6.112 eleitores melgacianos. O único revés foi na disputa de 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva somou apenas 1.356 votos (42%), no segundo turno com José Serra (PSDB).
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Quando foi reeleito (2006), Lula conseguiu ampliar sua votação no município para 2.560 votos (72,6%) no segundo turno contra o seu atual vice, Geraldo Alckmin (então no PSDB). Neste ano, o petista foi o menos votado em Mato Grosso, com 711.177 votos (49,6%).
Em 2010, Lula conseguiu transferir seus votos para sua sucessora, Dilma Rousseff, que venceu a disputa com Serra no segundo turno, com apoio de 77% do eleitorado – o que representou 3.046 votos. Neste pleito, Barão de Melgaço foi o município com maior índice de votação pró-Dilma em Mato Grosso. A ex-presidenta venceu em 51 cidades mato-grossenses, mas no total, teve 48,8% dos votos no estado.
Na reeleição de Dilma, em 2014, Barão de Melgaço também foi o município com maior votação proporcional para a petista, com 3.030 votos (76,61%). Na disputa acirrada com o deputado federal Aécio Neves (PSDB), ela foi derrotada em Mato Grosso, chegando a 45,3% dos válidos.
Mesmo sem Lula e Dilma, Barão de Melgaço continuou sendo um reduto petista nas eleições de 2018, marcado pela onda bolsonarista no Estado. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, venceu em apenas 19 cidades mato-grossenses, sendo que no município o político teve 2.618 votos (68,12%).
Há quatro anos, Bolsonaro foi apoiado por 1.085.824 mato-grossenses, o que representou 66,4% dos votos válidos.
História
Município pacato, Barão de Melgaço cresceu à margem do rio Cuiabá e partilhou até a década de 60 partilhou território e a história com o vizinho, Santo Antônio de Leverger.
Inicialmente, a região chamava-se apenas Melgaço: derivado do termo melgas, cujo significado é “águas lodosas onde proliferam moscas” na concepção dos primeiros portugueses que lá atracaram.
A denominação Barão de Melgaço deve-se ao almirante Augusto João Manuel Leverger – o Barão de Melgaço. O título lhe foi concedido por conta de seus atos heroicos e suas qualidades como homem, militar e Presidente da Província de Mato Grosso.
Leverger mandou construir uma trincheira fortificada nas colinas de Melgaço, no período da Guerra do Paraguai, à margem do rio Cuiabá, para controlar as tropas paraguaias que tinham a intenção de invadir a capital mato-grossense. Por fim, a invasão não aconteceu, mas houve uma histórica movimentação militar de resistência.
Conhecido como o mais pantaneiro dos municípios de Mato Grosso, tem apenas 2,5% do território em terra firme o ano todo, o restante costuma alagar no período de cheia. Ao longo do Rio Cuiabá, cerca de 30 comunidades ribeirinhas vivem da produção agrícola e da pesca, reproduzindo até hoje o estilo de vida dos primeiros moradores da região, de meados do século XVIII. Em seu centro histórico, algumas casas de arquitetura colonial do século XIX, época na qual despontava como produtora açucareira.
Em 2020, de acordo com dados do IBGE, o salário médio mensal era de 2.4 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 5.9%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 46 de 141 e 138 de 141, respectivamente.
