O Senado vai reformar o plenário da Casa no final deste ano, com valores da obra ainda não divulgados pela instituição.

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), confirmou nesta quinta-feira que a reforma vai acontecer durante o período do recesso parlamentar, entre os meses de dezembro e janeiro, mas não soube estimar quanto será gasto com a manutenção do plenário.

"A manutenção vai acontecer, não tem como ela não acontecer porque coloca em risco todos nós", afirmou.

Estudo elaborado pelo setor de engenharia da Casa mostrou fios soltos, problemas no sistema de ar condicionado e gambiarras no principal local de trabalhos dos senadores. Os integrantes da Mesa Diretora receberam fotos com imagens do estado precário do plenário e repassaram as informações para os demais parlamentares. No plenário são realizadas todas as principais votações do Senado, assim como os discursos realizados diariamente pelos senadores.

Heráclito evitou comentar a denúncia publicada hoje pela Folha de que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), participava de decisões administrativas da fundação que leva o seu nome --ao contrário do que declarou aos senadores.

Segundo a reportagem, telefonemas e e-mails interceptados pela Polícia Federal mostram que Sarney orientou uma neta a captar a doação de um empresário e afirma que a contribuição seria usada para pagar contas da fundação com a Previdência Social.

Em discurso no plenário do Senado no início de agosto, Sarney negou ter qualquer participação nas decisões administrativas da Fundação José Sarney, localizada em São Luís (MA).

Na opinião de Heráclito, a crise política que atingiu o Senado, em especial Sarney, está superada na instituição. "Vamos aguardar o que vem pela frente, mas não tivemos nenhum assunto que se leve a pensar em crise", disse o secretário.

Segundo a Folha, a Fundação José Sarney é suspeita de ter desviado dinheiro do governo do Maranhão e verbas de patrocínio da Petrobras. Parte da verba, destinada à recuperação de acervo de livros e peças de museu, foi repassada a empresas que não explicam quais serviços prestaram ou que são ligadas à família Sarney.