Vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos) refutou críticas e defendeu o presidente Jair Bolsonaro (PL) pela falta de obras estruturantes em Mato Grosso, assim como pela inoperância do Governo federal em solucionar os problemas nas BRs 163 e 174. Para o político, mais importante que novas construções é garantir o funcionamento das estruturas já existentes.

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A falta de obras federais em Mato Grosso é uma das principais críticas da oposição ao atual presidente, ainda mais pelo fato de o Governo Estadual ter assumido a administração da BR-174 e o controle acionário da concessionária Rota do Oeste, responsável pela BR-163.

Para Pivetta, o não cumprimento de obrigações por parte do Governo federal é histórico. Afirmou que Bolsonaro se diferenciou de seus antecessores ao assumir a incapacidade de administrar questões como as que envolvem tais BRs.

“Nós somos acostumados com a política da promessa, do ilusionismo e o que nós fizemos a partir de 2019 foi assumir o que é nosso. São rodovias federais, mas estão em Mato Grosso e implicam diretamente na vida dos mato-grossenses, então, o Estado se organizou. No caso da BR-174, nós estadualizamos e estamos começando as obras de pavimentação, serão mais de 350 Km, e já temos os recursos; e no caso da BR-163 foi a compra de uma concessionária, o que nada tem a ver com o governo federal. O que precisamos do ANTT e TCU foi da autorização para fazer isso. E o plano que o Estado apresentou é baseado num estudo de viabilidade econômica, por tanto estamos substituindo a iniciativa privada”, disse.

“O governo federal realmente não fez, mas qual o governo nos últimos 40 anos que cumpriu suas obrigações aqui? No caso do Bolsonaro, pelo menos ele assumiu o que deu para fazer fez e o que não deu está passando para o Estado e vamos fazer. É preciso terminar esse ciclo de faz de conta, o governo federal faz de conta que faz e nós fazemos de conta que acreditamos que vai fazer. Nesse caso, cada um faz a sua parte”, completou.
Pivetta admite que por Mato Grosso ter poucos habitantes em relação a outros estados (1,5% da população brasileira), o Governo federal acaba por não dar prioridades a projetos no Estado, mas que obras tem uma importância relativa, já que o primordial é garantir recursos para a manutenção futura.

“É uma realidade que vivemos, é pouco brasileiro que tem em Mato Grosso, não sei se felizmente ou infelizmente. Politicamente, nossa importância é relativa. No ponto de vista de numero de eleitores é pequena, mas do ponto de vista da balança comercial somos importantes. Então, acabamos tendo uma importância política pela economia de exportação (que precisamos transformar numa economia verticalizada, com agroindustrialização)”, avaliou.

“Recurso para construir escola não é problema, a questão é manter a escola aberta com tudo o que precisa; construir hospital é relativamente fácil, a gente separa 80/100 milhões de orçamento público e constrói, mas a cada ano vai gastar o equivalente que construiu a obra, então muitas vezes obra não é importante”, completou.

Por fim, o vice-governador relembra questionamento feito pelo ex-presidente Lula (PT) durante debate no domingo (16), sobre a construção de novas universidades no Governo Bolsonaro. Para Pivetta, o presidente tem mantido as unidades já existentes. “Vi o questionamento que Bolsonaro não construiu universidades, mas e sustentar as que o PT fez? Tem que sustentar e a cada ano se investe duas vezes o valor que gastou na construção. Não adianta construir coisa pública, precisamos saber como sustentar”.