Olhar Direto

Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Notícias | Política BR

PLANO DE GUEDES

Rosa Neide afirma que desvincular salário mínimo da inflação é “tragédia sem precedentes”

Foto: Airton Marques/OD

Rosa Neide afirma que desvincular salário mínimo da inflação é “tragédia sem precedentes”
A deputada federal Rosa Neide (PT) tratou como “tragédia sem precedentes” a proposta estudada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) de desvincular o reajuste do salário mínimo e de aposentadorias do índice de inflação do ano anterior. A oposicionista afirma que, caso aprovado, o projeto irá formalizar o impedimento de ganho real dos trabalhadores e pensionistas.


Leia também:
União pede cassação de liminar no Supremo que autoriza troca do VLT pelo BRT

Conforme revelado pela Folha de S.Paulo, trechos da proposta afirmam que “o salário mínimo deixa de ser vinculado à inflação passada”. Na nova regra, o piso “considera a expectativa de inflação e é corrigido, no mínimo, pela meta de inflação”. O gasto com benefícios previdenciários “também deixa de ser vinculado à inflação passada”. Com isso, abre-se a possibilidade de uma correção abaixo da inflação nos benefícios previdenciários, que têm despesas projetadas em R$ 859,9 bilhões para o ano que vem, e do salário mínimo. O piso nacional afeta também os gastos com seguro-desemprego.

Na avaliação de Rosa Neide, a proposta mostra o verdadeiro trabalho feito por Bolsonaro e pelo Ministro da Economia Paulo Guedes. “No governo Lula e Dilma era acima da inflação. Então, é a tragedia do Brasil. Grande parcela dos aposentados recebem salário mínimo e passam a ter restrição do seu poder de compra, pois vai aumentar os alimentos (especialmente dos alimentos). O trabalhador brasileiro que tem base salarial no salário mínimo. É uma tragédia para o Brasil. Quer regularizar a tragédia que o governo já vem trazendo, fica dando algumas esmolas para as pessoas, sem nenhum projeto estruturante para compensar”, disse ao Olhar Direto, nesta sexta-feira (21).

“Então, nunca vamos ter uma sociedade que se liberte, para que a família possa levar seu filho para a educação ou ter um planejamento de vida. Quer tirar os pobres do orçamento brasileiro. Vamos fazer todo o possível, a denúncia, mobilização com os movimentos sociais dentro do Congresso, para barrar esse tipo de atitude. É uma tragédia sem precedentes na nossa história recente”, completou.

É uma tragédia sem precedentes na nossa história recente


Após a polêmica gerada pela divulgação da proposta, Guedes confirmou que o governo estuda desvincular o reajuste do salário mínimo da inflação, mas negou que o objetivo seja impedir o ganho real dos trabalhadores e pensionistas. Segundo ele, a mudança pode ser incluída no texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que está sendo construída para garantir recursos ao pagamento do Auxílio Brasil.

"É claro que vai ter o aumento do salário mínimo e aposentadorias pelo menos igual à inflação, mas pode ser até que seja mais. Quando se fala em desindexar, as pessoas geralmente pensam que vai ser menos que a inflação, mas pode ser o contrário", afirmou o ministro em entrevista coletiva após encontro com empresários na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no Rio de Janeiro.

Efeito eleitoral

O tema já é utilizado pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Rosa Neide disse esperar que com a divulgação da proposta, a população veja os reais planos do presidente. Ressaltou que em caso de vitória de Bolsonaro o Brasil será “terra arrasada”.

“Mesmo às vésperas da eleição estão criando situações de estrangular a população mais pobre. Espero que a população tenha, nessa atitude, possibilidade de enxergar melhor e ter consciência do que significa esse governo. Esperamos que Lula assuma a partir de 1º de janeiro, para que possamos recuperar essa tragédia para o povo governo”, declarou.

A petista disse que Lula tem o compromisso de fazer com que o salário mínimo seja corrigido acima da inflação e que o tema será pauta das primeiras ações do ex-presidente em caso de vitória no dia 30 de outubro. “O presidente Lula que é uma pessoa com bastante capacidade de articulação já disse que a primeira coisa que vai fazer é chamar os governadores e depois as bancadas dos estados e um dos pactos é esse: manter um salário digno para a população brasileira. Com certeza, o presidente Lula chegando isso cai por terra”.

Ainda segundo Rosa Neide, com a eventual vitória de Lula, a proposta pode não passar pelo Congresso. “O retorno dos trabalhos da Câmara será depois da eleição, então o presidente Lula ganhando a eleição, com certeza, a conversa é outra. Temos que esperar consolidar a eleição e depois atitudes serão tomadas. A bancada de esquerda, com certeza, vai trabalhar fortemente – e grande parte da bancada do Centro – para já viabilizar possibilidades das proposições do plano de governo do presidente Lula”.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet