A atual gestão da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) encaminhou nota à imprensa, nesta sexta-feira (04), afirmando que decidiu em assembleia entre os associados que não irá referendar os nomes do senador Carlos Fávaro (PSD), do deputado federal Neri Geller (PP) ou do produtor rural Carlos Augustin como interlocutores do setor em Brasília. A entidade afirma que rechaça a aliança entre os três citados e o presidente da República eleito, Luis Inácio Lula da Silva (PT).

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“Além de não aceitar os nomes, a Aprosoja-MT deverá se retirar do Instituto Pensar Agro (IPA), entidade que dá suporte à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), caso Carlos Fávaro, Neri Geller e Carlos Augustin, sejam interlocutores com estas instituições”, diz trecho do comunicado.

A Aprosoja-MT já foi presidida por Fávaro no passado, mas vem condenando o senador desde que ele anunciou aliança pela eleição de Lula. O atual presidente da entidade, Fernando Cadore, chegou a publicar diversas notas de repúdio durante a campanha, além de defender a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que acabou não acontecendo.

Fávaro, Neri e Augustin foram escalados por Lula para tentar “furar a bolha” bolsonarista do agronegócio de Mato Grosso. Desde o anúncio da união, lideranças do setor – inclusive por meio do aparato sindical – condenaram a aliança.

Lula foi eleito no último domingo (30), mas em Mato Grosso Bolsonaro conseguiu ampliar sua votação e ao longo desta semana diversas manifestações antidemocráticas estão sendo realizadas no Estado contestando o resultado.

Fávaro e Augustin são cotados pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para integrar o grupo de transição do governo Lula.

Atualmente, o Instituto Pensar Agropecuária (IPA) é presidido pelo mato-grossense Nilson Leitão (PSDB). A organização foi criada por entidades do setor agropecuário com o objetivo de defender os interesses da agricultura e prestar assessoria à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) por meio do acordo de cooperação técnica.

Procurado pela reportagem, Leitão afirmou que não foi oficialmente notificado da posição da Aprosoja.