Uma das câmeras de segurança da casa de uma moradora do condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá, registrou o momento em que o delegado Bruno França arrombou a porta do imóvel armado e com dois policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE). De acordo com Bruno, a mulher teria desrespeitado uma medida protetiva contra o enteado dele. 

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Um dos vídeos mostra o momento em que o delegado chega no local e começa a bater na porta. Em seguida, é possível ouvir um barulho alto e Bruno entra na casa com os policiais do GOE. Exaltado, ele se apresenta como policial civil e manda a família deitar no chão. 

A mulher estava com a filha, de quatro anos, que começa a chorar ao ver a cena. O marido dela ainda pede para que o delegado tenha calma. Bruno xinga a mulher de "filha da puta" e pergunta se ela não sabe sobre a medida protetiva, que a proíbe de chegar perto do adolescente. 

"Olha para mim, da próxima vez que ela chegar perto do meu filho, vou explodir a cabeça dessa filha da puta", diz o delegado. 

A filha do casal continua chorando durante a abordagem. Os policiais do GOE que acompanhavam a prisão tentaram dialogar com a mulher, que foi levada para a Central de Flagrantes. 

O caso

A confusão aconteceu porque o enteado do delegado Bruno França e outros dois adolescentes teriam batido em outro garoto dentro do condomínio Alphaville há algum tempo. Depois da briga entre os adolescentes, a família do garoto que apanhou se mudou para outro condomínio, o Florais. 

Na segunda-feira (28), então, o enteado de Bruno França foi até o Florais, e depois de ver a mãe do outro garoto caminhando com o marido, ligou para o padrasto, que foi até o local. O delegado, então, invadiu a casa da mulher, acompanhado de policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), para prender a mãe dele. Segundo o advogado da mulher, ele não tinha mandado de prisão para tal.

Outro lado

Ao Olhar Direto, o delegado explicou que a medida protetiva foi solicitada à Justiça após o enteado ter sido acusado de agredir o filho do outro casal no condomínio Alphaville, em Cuiabá. Bruno negou que o enteado tenha participado das agressões. 

"O filho deles realmente foi agredido, pegamos as imagens e meu enteado não participou. Ontem conversando com o marido da mulher que foi presa, ele confirmou que o menino não participou, mas que eles brigavam de vez em quando. Como a perseguição não parava, assim como a de ontem, pedimos medida preventiva, que foi deferida". 

O advogado Rodrigo Pouso, que representa a mulher presa, disse que ela se mudou do Alphaville após o episódio de agressões e ameaças. No entanto, na noite dessa segunda-feira (28), o enteado do delegado esteve no Florais dos Lagos para visitar um amigo. 

"O enteado desse delegado foi para lá ontem, porque tem amigos lá. Parece que ontem ligou para o padrasto, a minha cliente estava andando lá, viu o menino e voltaram para casa. O delegado entrou no condomínio, colocou arma em todo mundo. Realmente tem uma medida protetiva, mas ela não foi intimida, não tem conhecimento". 

O delegado explicou que o enteado precisou se esconder na casa de um conhecido que mora no condomínio após ser ameaçado pela mulher e um segurança do local. 

"Só participei da captura dela quando fui resgatar o menino lá. Existe uma medida protetiva dizendo que ela não pode chegar perto dele. Ela foi ameaçar ele com segurança". 

Veja o vídeo: