A deputada estadual Janaina Riva reforçou o sentimento conflituoso de permanecer filiada ao MDB, que irá integrar a base aliada e o staff do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de afirmar se sentir contemplada com a vice-presidência regional da sigla, a parlamentar não negou poder deixar a legenda e desconversou sobre convites recebidos de outros partidos, como do Republicanos.

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Após se reeleger com a bandeira do bolsonarismo – apesar de o MDB ter lançado a senadora Simone Tebet -, Janaina voltou a pontuar que passar a defender Lula seria contraditório e um risco para o seu futuro político, assim como a de prefeitos que fizeram campanha para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e que voltarão a disputar eleição em 2026.

“Não quero que transpareça ao eleitor que nós que apoiamos o Bolsonaro e que após Lula ganhar a eleição está todo mundo lá com ele. Disse isso ao presidente Carlos Bezerra, pois estou realmente preocupada com daqui dois e quatro anos”, afirmou.

“O partido, de forma majoritária, apoiou uma candidatura de direita. Temos que nos posicionar como nos posicionamos na eleição. Se não for assim, é um estelionato eleitoral. É ganhar de um lado e depois se debandar pro outro. Ficar num partido que defende um governo de esquerda compromete o futuro político não só meu, mas de muitos prefeitos”, completou.

Sem sacramentar sua saída da sigla – que só poderá acontecer na janela partidária ou liberação da direção regional -, Janaina defendeu que a situação dos estados seja discutida no próximo ano.

“É preciso fazer uma reunião para tratar sobre esse tema. Mato Grosso vai ter independência quanto a isso? Pro governo federal pouco importa o que estamos pensando aqui, mas me posicionar é importante, pro eleitor saber que não foi iludido. Torço que Lula faça um bom mandato e que Mato Grosso seja beneficiado por meio das boas práticas do governo, mas não acredito que será bom governo”, explicou.

Satisfação

Antes do questionamento quanto a sua permanência nos quadros do MDB, Janaina ressaltou sua satisfação em estar como vice-presidente. Afirma que Bezerra tem compartilhado o comando da sigla e que não vê motivos para que o cacique deixe a direção partidária.

“Com o espaço que o Bezerra me dá, não tenho do que reclamar. Temos presidido o partido, tenho autonomia para decidir sobre provisórias, diretórios, que é o que eu preciso. Então, não preciso estar no cargo de presidente. Por justiça defendo que Carlos Bezerra permaneça, afinal, nós só conseguimos fazer esse número de estaduais e federais pela articulação dele, que colocou o próprio mandato em risco para que a sigla tivesse uma chapa competitiva e pudesse fazer mais federais. Então, esse desprendimento que ele teve merece reconhecimento de todos nós”, pontuou.