Novo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD) declarou que está "tudo em paz" em sua relação com o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UNIÃO). A expectativa é de um contato republicano com o chefe do executivo estadual, mesmo após as divergências políticas durante campanha eleitoral. Para Fávaro, os conflitos ficaram para trás em prol de um trabalho coletivo pela agricultura brasileira.

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Considerados "ex-aliados", Mauro e Fávaro mantinham uma relação próxima até as Eleições Gerais de 2022. Na ocasião, o novo ministro apoiou a candidatura da oponente do governador reeleito, Márcia Pinheiro (PV), e se responsabilizou pela coordenação da campanha de Lula (PT) em Mato Grosso. Fávaro também se uniu a Neri Geller (PP). Do outro lado, Mendes fortaleceu a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do senador Wellington Fagundes (PL). 

Questionado se os atritos poderiam interferir na relação com o governador, Fávaro estabeleceu um tom republicano e afirmou que tudo está normal e "em paz" na relação com Mendes. “Normal, tudo em paz. Ele é governador do estado, muito bem reeleito e tenho certeza que vai cumprir seu papel como um bom governador”, disse em entrevista concedida à rádio Vila Real, nesta quarta-feira (4). 

Ainda de acordo com o ministro, os conflitos causados pelas eleições devem ser encerrados, já que o pleito acabou. A aposta de Fávaro é estabelecer uma relação republicana com todos os setores. “Não precisa gostar do Carlos Fávaro, não precisa gostar do presidente Lula, só ter bom senso e querer trabalhar juntos para o bem do Brasil, para o bem da agropecuária, é o suficiente para que tenhamos boa relação”, declarou. 

O mesmo tom também já foi utilizado por Mauro ao ser questionado sobre sua relação com Fávaro. Na oportunidade, o governador comentou que terá um contato republicado com o novo ministro e também com outros setores do Governo Federal. 

“Não tem problema. Não tenho problema com ninguém, eu não disputei com o Fávaro, eu não tenho problema nenhum. Seria uma relação normal como eu vou ter com tantos ministros lá. Normal, republicana como foi com o governo Bolsonaro será com o governo Lula”, disparou em entrevista à imprensa, realizada no dia 22 de dezembro. 

Relação com entidades do agro 

Durante a entrevista, Fávaro chegou a ser perguntado sobre como será seu contato com setores do agronegócio mato-grossense, principalmente os que teceram duras críticas ao novo ministro durante as eleições. Em resposta, reforçou que esperam uma posição apartidária das entidades. 

“O período das Eleições é aquele em que o calor e as animosidades aumentam. Os anseios para defender os seus pensamentos, questões ideológicas ou político partidárias ficam muito latentes. O que eu tenho a dizer é que as Eleições acabaram, gostaria que a entidade sempre fosse apartidária”, argumentou. 

Entre as entidades que repudiaram o nome de Fávaro como interlocutor do setor em Brasília está a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Durante o período eleitoral, a associação chegou a enviar nota à imprensa contra a indicação de nomes ligados à base eleitoral de Lula.  

“Claro que seus membros, diretores e associados têm o direito de ter posição política, mas de qualquer forma a eleição acabou, da minha parte posso te garantir que quem quiser tem um bom diálogo em prol da agropecuária brasileira encontrará o ministério de portas abertas e o ministro à disposição", finalizou.