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Sábado, 18 de maio de 2024

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INVESTIGAVA POLÍTICOS

Prefeito nega ameaça e diz que Polícia Civil mentiu sobre motivo da transferência de delegado

Foto: Reprodução

Prefeito nega ameaça e diz que Polícia Civil mentiu sobre motivo da transferência de delegado
O prefeito de Brasnorte (588 km de Cuiabá), Edelo Marcelo Ferrari (UNIÃO), afirmou que foi o responsável pelo pedido de transferência do delegado Eric Fantin. O chefe do executivo municipal afirmou ainda que o delegado e a Corregedoria da Polícia Judiciária Civil mentiram sobre uma possível ameaça de morte que Eric sofreu. Para Edelo, a transferência foi motivada por um “pânico geral causado pelo delegado no município”, após o início de investigações envolvendo vereadores e outros políticos. 


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Em entrevista para um programa de rádio, Edelo declarou que foi pessoalmente até a capital para conversar com o secretário de Segurança Pública, César Augusto Roveri, e pedir a transferência do delegado. Segundo o prefeito, a ameaça apresentada pelo delegado é mentirosa e sua transferência foi solicitada após Eric “causar pânico na cidade”. 

“Fui para Cuiabá, conversei com o secretário de Segurança Pública e me disseram que dariam um jeito de transferir ele e transferiram. Colocaram um motivo esdrúxulo, que o delegado mesmo criou, totalmente mentira, tudo mentira. Inclusive a pessoa que ele acusou fez um boletim de ocorrência na Polícia Militar. A Corregedoria da Polícia Civil, até acho que para não se indispor tanto, colocou que foi por esse motivo, mas não, o motivo foi que ele estava causando pânico na cidade”, declarou o Edelo na última semana. 

No dia 15 de fevereiro, veio a público uma denúncia de que o delegado Eric sofria ameaças de morte, após iniciar investigações contra vereadores e secretários do município. Na denúncia foi apresentada a informação de que uma recompensa de R$ 1 milhão estava sendo oferecida para quem matasse o delegado. 

A denúncia foi discutida em uma reunião do Conselho Superior da Polícia Civil, que concluiu que Fantin correria risco no grau máximo caso permanecesse no município. A Diretoria de Inteligência chegou a realizar diligências para apurar o caso e constatou que para garantir a integridade física do delegado e da Instituição o melhor caminho seria a transferência. Com a decisão, o delegado foi encaminhado para o município de Juara (695 km de Cuiabá). 

Há menos de um ano na Delegacia Municipal de Brasnorte, Eric descobriu uma milícia privada na cidade comandada por um policial militar para domínio do tráfico de drogas, indiciou um vereador por 57 crimes e pediu autorização do Tribunal de Justiça (TJMT) para investigar o prefeito da cidade, em inquérito relacionado à aquisição fraudulenta de terras públicas destinadas à reforma agrária na Gleba Tibagi, no norte de Mato Grosso.

Um dos investigados, o vereador Reginaldo Martins Ribeiro (MDB), também conhecido como "Carreirinha", foi apontado pelo prefeito como “um dos perseguidos” pelo delegado. Ainda na entrevista, Edelo chegou a chamar Eric de “moleque” após uma reunião proposta pelo prefeito com a presença do vereador e do coronel Lara Filho, da Polícia Militar. 

“Nessa reunião ele foi áspero com o vereador Carreirinha e falou que ia perseguir o vereador até prender. Eu e o coronel Lara achamos até estranha a atitude na hora, de um profissional que deveria se portar diferente, mas ele se portou como um moleque”, disse o prefeito. 

A reportagem do Olhar Direto procurou o delegado Eric Fantin, que preferiu não comentar as acusações do prefeito. Em nota, a Polícia Civil afirmou que a remoção foi baseada em análises técnicas que não guardam relação com as atividades investigativas realizadas pelo delegado. Um novo nome ainda deve ser anunciado para ocupar a delegacia do município. 

Investigações na Gleba Tabagi 

Em dezembro de 2022, o vereador Carreirinha chegou a ser indiciado junto de outras três pessoas por fraude na aquisição dos lotes destinados à reforma agrária ocorrida no município, em 2013. Após a compra, os envolvidos ainda teriam dividido a área em 31 pesqueiros, que eram comercializados pelo valor de R$ 35 mil cada.

O parlamentar ainda teve R$ 450 mil bloqueados de sua conta após decisão da juíza substituta da Vara Única de Brasnorte, Lucélia Oliveira Vizzoto. Ainda na decisão foram apontados crimes como estelionato, receptação, crimes ambientais, tributários e de lavagem de dinheiro, relacionado à aquisição fraudulenta de terras públicas destinadas à reforma agrária.

Questionado sobre as investigações promovidas por Fantin envolvendo a compra de terras da União na região da Gleba Tabagi, o prefeito afirmou que este caso não deveria ser investigado pelo delegado. 

“De fato começou a perseguir o Carreirinha. Se ele deve alguma coisa para a Justiça, não sou eu que vou dizer. Todo mundo sabe que o Carreirinha faz muitos negócios em Brasnorte, compra isso, vende aquilo, e aí o delegado começou a perseguir ele. E posterior a isso, como mexeu com muita gente, muitas pessoas começaram a me procurar. Então começou a causar pânico nas pessoas, sendo que isso não é da alçada dele”, declarou o prefeito na entrevista.
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