A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (7), a segunda fase da Operação Gênesis para prender 54 criminosos e cumprir 43 mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha especializada em golpes virtuais aplicados em 13 estados do Brasil. Durante o inquérito, foi possível identificar a ocorrência de outros delitos de estelionato. Entre elas, os policiais da DEEF identificaram 19 vítimas lesadas em valores que vão de R$ 3.116,00 a R$ 311.490,00. A soma dos valores tomados das vítimas ultrapassa R$ 1 milhão.
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Além disso, os criminosos praticavam a lavagem de capitais para dissimular a origem ilícita dos valores auferidos. Além das prisões e buscas, serão cumpridos também o bloqueio, sequestro e indisponibilidade de bens e valores dos investigados. No decorrer da investigação, a Polícia Civil identificou outras pessoas que, de alguma forma, estariam associadas para a prática dos golpes.
A primeira fase aconteceu em 2022 quando foram cumpridas buscas e apreendidos aparelhos eletrônicos para buscar mais elementos para a investigação. Os conteúdos foram analisados pelo Núcleo de Inteligência da delegacia e resultaram em material probatório que deu base à Operação Gênesis.
“Além da identificação de vários golpes aplicados pelos suspeitos, a investigação apurou a existência de não apenas uma associação criminosa, sendo possível delimitar os contornos de uma verdadeira organização criminosa e, com a divisão de tarefas entre seus membros, instalada para a prática de fraudes eletrônicas” explicou o delegado Pablo Carneiro.
Além dos golpes, foi constatado que o grupo também fazia a lavagem de capitais para dissimular a origem ilícita dos valores ilegalmente auferidos, “pulverizando” os valores obtidos em diversas contas de outros membros da organização criminosa.
“Os valores discriminados são relativos aos golpes em que as vítimas foram identificadas quando foi feita a análise dos celulares apreendidos. Além disso, percebe-se uma intensa movimentação de valores entre os suspeitos, que indicam com clareza que o volume de dinheiro levantado pela organização criminosa é bem maior”, pontuou o delegado.
A organização criminosa era dividida em vários núcleos. Veja abaixo:
• Suspeitos que “vendem/alugam” a própria conta bancária;
• Sacadores;
• Agenciador/captador de contas;
• Suspeitos que aplicam o golpe (finalizador);
• Suspeitos que fazem postagens nas plataformas digitais;
• Suspeitos que cobram a “taxa” para uma facção criminosa
“A digitalização das finanças, potencializada pelos últimos anos de pandemia da covid e criação do Pix, fez nascer um ambiente propício para o alto crescimento dos crimes patrimoniais no ambiente digital, dando especial destaque aos delitos de fraude eletrônica e furto mediante fraude”, finalizou o delegado.
A Operação Gênesis envolve efetivos de delegacias das Diretorias Metropolitana e de Atividades Especiais da Polícia Civil.
A operação envolve 180 policiais civis para os cumprimentos das ordens judiciais em quatro cidades de Mato Grosso - Cuiabá, Várzea Grande, Santo Antônio do Leverger e Cáceres.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada em Estelionato e Outras Fraudes, identificou vítimas da organização criminosa em, ao menos, 13 estados brasileiros: Roraima, Distrito Federal, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.