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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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PROTESTO EM TODO O ESTADO

Policiais penais fazem protesto em frente à penitenciária após agente denunciar tortura e assédio em curso

Foto: Reprodução

Policiais penais fazem protesto em frente à penitenciária após agente denunciar tortura e assédio em curso
Policiais penais de todo o Estado realizam uma manifestação em frente às penitenciárias femininas após uma agente denunciar ter sido alvo de tortura e assédio durante o Curso de Intervenção em Recinto Carcerário (CIRRC), por parte de cinco policiais. Na unidade Ana Maria do Couto, pelo menos 30 mulheres estão reunidas na manhã desta terça-feira (7).


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Conforme o apurado, o protesto deverá ocorrer em cada unidade feminina de Mato Grosso. O intuito é cobrar justiça e uma resolução da investigação. As mulheres estão realizando a manifestação com alguns cartazes escritos "Você não está sozinha" e "Juntas somos mais fortes".

O crime teria como autores cinco membros do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), responsáveis pela mediação do curso. A denúncia veio a tona no sábado (4).

A policial penal, que foi alvo dos demais agentes, alega que o caso também foi motivado como forma de retaliação após ter denunciado um caso de importunação sexual que sofreu em novembro de 2022, enquanto trabalhava na PCE. 

A vítima afirmou ter sido submetida a uma série de violências durante a realização do curso, como: ter as mão pisadas durante um exercício de flexão e tentativa de asfixia utilizando uma balaclava invertida. No relato, a policial afirma ainda que recebeu gás lacrimogêneo e espuma de pimenta diretamente em seu rosto em diferentes momentos.  

No relato, a policial declarou que durante a realização do curso foi incentivada diversas vezes a desistir. Entre um exercício e outro, os membros do GIR chegaram a dizer que aquele não era o lugar da policial e que ela deveria "voltar para casa e ir lavar vasilhas". 

Em uma das passagens de violência, a policial relata que um dos membros do curso utilizou o fato dela ter denunciado um caso de importunação sexual, em novembro de 2022, como justificativa pelas torturas. Segundo a vítima, o mediador afirmou que a mulher queria "prender um irmão de farda" e exigiu que ela contasse o que registrou no Boletim de Ocorrência na época em que denunciou o caso. 

Durante o curso, os organizadores chegaram a oferecer comida azeda misturada com refrigerante para os participantes. Antes de obrigar os alunos a comerem a comida no chão, um dos mediadores do curso passou parte do alimento no rosto da vítima. A policial comentou ainda que os que se recusaram a comer eram desligados do curso. 

A policial afirmou que só conseguiu desistir do curso no momento em que os membros do GIR levaram o grupo para uma rodovia na saída para Rondonópolis (212 km de Cuiabá). Na ocasião, a vítima conseguiu pular de uma viatura com membros do curso, que pretendiam levá-la para uma agrovila. 

Após fugir do local, a vítima buscou ajuda em uma casa próxima a rodovia, mas precisou enfrentar ainda a abordagem da equipe que estava na viatura. Ao chegarem na casa em que a policial buscou ajuda, uma das pessoas chegou a afirmar que ela estava em um "surto psicótico". Após conseguir uma carona, a vítima localizou seus familiares e retornou para casa. 
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