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Domingo, 28 de abril de 2024

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Desflorestamento no Cerrado pode reduzir abastecimento e qualidade da água; 15 cidades de MT citadas

Foto: Agência Brasil

Desflorestamento no Cerrado pode reduzir abastecimento e qualidade da água; 15 cidades de MT citadas
Caso o desmatamento do Cerrado no Matopiba siga o ritmo atual, poderá reduzir o abastecimento e a qualidade da água em ao menos 373 municípios. Em Mato Grosso, 15 cidades estão dentro da área das bacias hidrográficas mais desflorestadas do bioma em 2022.


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No Estado, os municípios com maiores índices de destruição do bioma foram Araguaiana, Araguainha, Barra do Garças, Cocalinho, General Carneiro, Luciara, Nova Nazaré, Nova Xavantina, Novo São Joaquim, Novo Santo Antônio, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Ribeirãozinho, Tesouro e Torixoréu.

Além do Mato Grosso, entre os estados do Cerrado com maior número de municípios com ocorrências de desflorestamento, estão Goiás (119 municípios), Tocantins (108), Maranhão (65), Minas Gerais (32), Piauí (22) e Bahia (12).
 
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), 74,5% de todo a desflorestação do Cerrado ano passado ocorreu nas bacias dos rios Tocantins (210.804 hectares), São Francisco (116.367 ha), Parnaíba (105.419 ha), Itapecuru (88.049 ha) e Araguaia (78.368 ha).
 
A análise de pesquisadores expõe a relação entre desflorestamento e segurança hídrica no bioma considerado berço das águas do Brasil. O SAD Cerrado é desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em parceria com o MapBiomas e com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
 
O SAD Cerrado indica que os municípios que mais desmataram dentro da área das bacias foram Balsas (MA), São Desidério (BA), Correntina (BA), Carolina (MA) e Formosa do Rio Preto (BA). No total,foram 815.532 hectares desflorestados no bioma ano passado. Maranhão teve a maior derrubada no período, subindo quase 60% em relação a 2021. Já em 2023, Bahia, Goiás e Minas Gerais tiveram recorde, com altas de 227%, 82,5% e 69%, respectivamente.
  
"Garantir a proteção dos remanescentes de vegetação nativa do Cerrado e, ao mesmo tempo, recuperar áreas próximas a nascentes, rios e bacias, é essencial para a manutenção dos recursos hídricos que temos hoje e para o equilíbrio climático. São diversos e complexos os efeitos que a diminuição na oferta de água teria nos municípios, mas uma coisa é certa: se o desmatamento continuar na velocidade e na extensão em que está, a disponibilidade hídrica será cada vez menor", explica Fernanda Ribeiro, pesquisadora no IPAM responsável pelo SAD Cerrado.
 
Além do desflorestamento, monoculturas e atividades agrícolas que não levam em conta o equilíbrio com a socio biodiversidade acabam causando outros prejuízos para a segurança hídrica. A transformação de áreas de vegetação nativa para pastagem e agricultura já tornou o clima no Cerrado quase 1°C mais quente e 10% mais seco. Nos locais desmatados, a temperatura média anual pode subir até 3,5°C com queda de 44% na evapotranspiração, processo que contribui para a umidade do ar.
 
"O Cerrado está ficando cada vez mais quente e seco, com menos água disponível. Este cenário acende o alerta para que tipo de planeta queremos habitar no futuro. É como destacou o relatório-síntese do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, das Nações Unidas], precisamos lidar com a emergência do clima tendo como prioridades a justiça climática e a equidade para o bem-estar humano e da biodiversidade", conclui Julia Shimbo, pesquisadora no IPAM e coordenadora científica do MapBiomas.
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