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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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Caso Eloá

Menina encontrou arma do pai e chamou prima que estava na sala: 'venha ver o que eu achei'

Foto: Olhar Direto

Eloá (detalhe) faleceu vítima de um acidente.

Eloá (detalhe) faleceu vítima de um acidente.

A pequena Eloá Victoria Silva, de dois anos, brincava no quarto dos pais quando encontrou o revólver calibre 38 do 2⁰ sargento da Polícia Militar de Mato Grosso, Elienay Pinheiro, na manhã desta quinta-feira (11), em uma residência no bairro Santa Cruz 2, em Cuiabá. Após localizar o objeto, foi em direção à prima de cinco anos que estava na sala para contar o que havia visto: “venha ver o que achei”. As informações constam no depoimento do pai da menina de cinco anos.


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Em depoimento de aproximadamente 45 minutos concedido ao delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Olímpio da Cunha, o homem contou que reside no Rio de Janeiro e passava férias em Cuiabá. Ele e a filha chegaram na capital mato-grossense no dia 6 deste mês e pretendiam ir embora no dia 28. Neste período, iriam ficar na casa de Elienay, que é tio dele.

Ainda conforme o depoimento, por volta das 9h26 estava na cozinha da avó, que fica aos fundos da residência, quando ouviu barulho do tiro. No primeiro momento, pensou ser no imóvel vizinho. Porém, o pai de Eloá apareceu falando ao telefone e neste momento ele soube do acidente.  

Ainda conforme conta no depoimento, ele ligou para a mãe de Eloá e pediu para ela retornar por causa do acidente. Logo chegaram os policiais militares e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito da vítima.

Relação

O homem afirmou ter dito o primeiro contato pessoalmente com Eloá quando chegou a Cuiabá e percebeu que ela era uma criança “muito ativa”, disse. “Perguntado se o depoente teve contato com armas anteriormente, afirmou que não, e não sabia da existência da arma na casa”, relatou.

Depois do acidente

Em um primeiro momento a criança teria ficado em choque, mas depois de se acalmar, contou ao pai o que havia acontecido. “Ela relatou que: estava na sala assistindo televisão, quando a Eloá saiu do quarto dos pais, onde estava brincando, e foi até ela e falou: 'venha ver o que eu achei'; que, ela acompanhou a Eloá até o quarto; que a [nome preservado] contou que a Eloá abriu a gaveta, e procurou a arma para mostrar para ela; que [nome preservado], falou que assim que a Eloá pegou a arma houve o disparo”. Logo depois o irmão mais velho da vítima apareceu no quarto.

Por fim, o homem relatou ao delegado que estava muito abalado por conta do acidente. Acrescentou que a filha estava “meio aérea” e sem entender o que havia ocorrido. E que a filha não sabia da existência da arma de fogo. “O depoente informa que [nome preservado] não conhece de arma, e nunca mexeu com uma arma, e não tinha conhecimento da arma na casa”, finalizou.
 
Encaminhamento

De acordo com os delegados Olímpio da Cunha Júnior e o titular da DHPP, Marcel Gomes, por envolver menores de idade, o caso será encaminhado para a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDDICA), que ficará responsável por finalizar as investigações e indiciar ou não o policial militar.

A menina deverá ser acompanhada pela Vara da Infância e Juventude, que pode determinar as medidas de proteção necessárias para evitar consequências psicológicas futuras.

Pai de Eloá deve responder pelo crime de omissão de cautela, crime que se dá quando o proprietário da arma de fogo não toma o cuidado necessário para evitar que um menor ou pessoa com deficiência mental use o armamento.

Hoje, o estatuto do desarmamento prevê pena de detenção de um a dois anos e multa para quem deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade.
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