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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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ENTRE MATO GROSSO E PARÁ

Relatório da Ferrogrão é aprovado pela câmara setorial temática da Assembleia Legislativa

Relatório da Ferrogrão é aprovado pela câmara setorial temática da Assembleia Legislativa
A Câmara Setorial Temática (CST) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou nesta sexta-feira (19) o relatório final da Ferrogrão, projeto que visa a construção de 933 km de trilhos de Sinop até o porto de Miritituba, no Pará. O objetivo do documento, segundo a câmara setorial, é destravar o projeto e acelerar os debates. 


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A comissão, presidida pelo deputado estadual Reck Júnior (PSD), foi criada em resposta à suspensão do projeto da Ferrogrão devido a uma decisão judicial proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A CST propõe a retomada imediata do projeto da Ferrogrão, com a realização de estudos técnicos e ambientais aprofundados, de forma a dirimir quaisquer dúvidas e garantir que a ferrovia seja implementada de maneira responsável e segura. Além disso, o relatório final da comissão sugere a continuidade do diálogo com as comunidades indígenas e demais partes interessadas, visando a construção de um consenso e o respeito aos direitos e interesses de todos os envolvidos.
 
A expectativa de Reck Junior é que o relatório da CST da Ferrogrão seja capaz de subsidiar as deliberações dos ministros do STF e contribuir para uma análise abrangente e embasada. “A retomada da construção dessa ferrovia é aguardada com grande expectativa pelos setores produtivos e pela população em geral, que almejam uma infraestrutura logística eficiente e sustentável para impulsionar o desenvolvimento econômico do país”, complementa o deputado.

A suspensão ocorreu em decorrência da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6553, proposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), questionando a validade da Lei 13.452/2017, que desafeta uma pequena porção de 0,054% da área original da unidade de conservação do Parque Nacional do Jamanxim para a construção da ferrovia.
 
A ADI alega violação dos princípios constitucionais da reserva legal, da proibição do retrocesso socioambiental, do patrimônio cultural imaterial e dos direitos dos povos indígenas. Após a manifestação de diversos órgãos e entidades pela improcedência da ação, o juízo Constitucional deferiu uma medida cautelar suspendendo a eficácia da Lei 13.452/2017 e os processos relacionados à Ferrogrão.
 
“Diante da proximidade do julgamento da ADI 6553, marcado para 31 de maio, a CST elaborou um parecer com dados robustos, fornecidos por entidades representativas de Mato Grosso, a fim de subsidiar a Suprema Corte com elementos que demonstram a improcedência da ação”, informa Reck Junior.
 
O deputado diz que relatório da CST também apresenta uma análise do impacto da Ferrovia EF-170 para o Estado de Mato Grosso, com base em dados obtidos durante suas atividades. 

“O Brasil é um dos maiores produtores de soja, milho, algodão e pecuária bovina de corte do mundo, mas enfrenta deficiências na infraestrutura logística que comprometem sua competitividade. Mato Grosso, em particular, é responsável por uma grande parcela dessa produção agrícola”, disse o parlamentar.
 
Produção
 
Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Estado possui uma área de cultivo de 10,8 milhões de hectares de soja e 5,2 milhões de hectares de milho. Além disso, Mato Grosso possui mais de 13 milhões de hectares de pastagens aptas para a agricultura. Com um potencial para produzir mais de 170 milhões de toneladas de grãos e fibras em curto prazo, é essencial contar com meios de transporte eficientes para acompanhar esse crescimento.
 
Reck Junior ressalta que a Ferrogrão surge como uma alternativa necessária e urgente para atender a demanda logística do estado e do país. “A ferrovia, com seus 933 quilômetros de extensão, tem o objetivo de ligar a cidade de Sinop, em Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, no Pará, proporcionando um transporte eficiente e de baixo custo para o escoamento da produção agrícola e agroindustrial da região”, justifica.
 
O deputado pontua ainda que a Ferrogrão trará diversos benefícios econômicos, sociais e ambientais para a região. “Como destaca o nosso relatório final, além de impulsionar o desenvolvimento da agroindústria e gerar empregos, a ferrovia reduzirá os custos logísticos, aumentando a competitividade dos produtos agrícolas brasileiros no mercado internacional. A estimativa é que a redução de custos com transporte alcance cerca de 30%”, comenta.
 
Benefícios
 
Em termos ambientais, o relatório da CST avalia que a Ferrogrão contribuirá para a redução da emissão de gases de efeito estufa e dos impactos ambientais associados. Além disso, a ferrovia terá medidas mitigatórias e compensatórias para preservar áreas de importância ecológica, como o Parque Nacional do Jamanxim.
 
No entanto, a judicialização do projeto tem gerado incertezas e atrasos significativos. O relatório da CST destaca a importância de uma análise aprofundada das questões levantadas na ADI 6553, mas também enfatiza a necessidade de considerar o contexto econômico e social do país e buscar soluções que conciliem o desenvolvimento sustentável com a proteção do meio ambiente.
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