A médica Camila*, foi uma das vítimas do golpe da cesta de chocolate, aplicada por um grupo criminoso que veio de São Paulo e foi preso na última quinta-feira (1º). Ao todo, ela perdeu mais de R$ 31 mil nas transações passados nas máquinas de cartão de crédito, em dois cartões diferentes. Agora, ela luta para tentar conseguir reaver o dinheiro perdido.

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Ao Olhar Direto, ela contou que era dia do seu aniversário, 30 de maio, quando recebeu uma mensagem no Whatsapp, informando que ela ganhou uma cesta de chocolates da empresa Cacau Show. De início, ela achou meio suspeito, mas como uma mulher ligou falando se poderia entregar o presente em seu endereço, ela achou que poderia ser do seu namorado, até por coincidir com a data do aniversário.

No entanto, para receber a cesta, ela deveria pagar a taxa de entrega do motoboy sob o valor de R$ 4,99. Quando o entregador chegou no local, ele tentou passar um cartão, mas informou que a transação estava sendo recusada. Em seguida, Camila entregou outro cartão, que também não estava dando certo na máquina de cartões.

Durante a conversa com o entregador, ele utilizou várias máquinas, e Camila percebeu que chegaram várias mensagens dos bancos, informando transações de R$ 7 mil, R$ 2 mil, R$ 1 mil e mais.

Nisso, o suspeito percebeu que a vítima tinha descoberto o golpe e foragiu do local, na garupa de uma motocicleta, que o aguardava próximo ao endereço.

Imediatamente, Camila foi até a Delegacia registrar um boletim de ocorrência e ligou para os bancos para bloquear os cartões e contestar as transações. Graças às filmagens fornecidas pelo circuito de câmeras de segurança do condomínio onde mora, os quatro suspeitos envolvidos no esquema, foram presos pela Polícia Civil. Outras vítimas também foram identificadas.

“Na hora que eu percebi, eu registrei tudo, liguei nos bancos. Todas as vezes que eu passei o cartão na máquina, aparecia o valor de R$ 4,99. Na última vez que tentei, o bandido disse que não estava dando certo e trocou a máquina, informando que o problema era o cartão”, conta.

Camila ficou bastante fragilizada com toda a situação, ainda mais por ser dia do seu aniversário, quando estava bem feliz e recebendo várias mensagens de felicitações.

“Eu estava muito feliz, dia do meu aniversário, recebendo várias mensagens e estava correndo para ir trabalhar, aí acontece isso”, afirma.

A médica tenta contato com os bancos desde o dia do golpe e até o momento não conseguiu reaver nenhuma parte do dinheiro perdido. Um dos bancos está analisando o caso, enquanto o outro já indeferiu as contestações, dizendo que as transações não foram quebra de segurança e que não há como contestar.

“Eu encaminhei o BO no e-mail deles, expliquei que os bandidos já foram pegos e presos, mas nada adianta. Nem me responderam o e-mail. Estou o tempo todo resolvendo isso, já fui nos bancos presencialmente. Além do prejuízo financeiro, fiquei alguns dias sem trabalhar para resolver esses problemas”, conta a vítima, que se encontra abalada emocionalmente.

“É uma luta para que os bancos bloqueiem esse valor total de R$ 31,3 mil, está muito difícil e estou bem cansada e desgastada”, completa.

Entenda o golpe

O grupo criminoso de São Paulo vinha aplicando golpes da falsa cesta de chocolate em Cuiabá desde o último dia 25 de maio. Diversas vítimas registraram ocorrências do mesmo golpe e a Delegacia de Estelionato iniciou as diligências. Os quatro suspeitos foram presos e autuados pelo crime de organização criminosa.

Os criminosos agiam da seguinte forma: uma mulher entrava em contato, afirmando que a vítima ganhou uma cesta de chocolates de uma loja de franquia nacional, mas para receber, teria que pagar uma taxa de R$ 4,99, pela entrega. 

Em seguida, duas pessoas chegavam para fazer a entrega em uma motocicleta, sendo que o carona descia com a suposta cesta de presentes, enquanto o condutor ficava distante aguardando o comparsa.

No momento da entrega, o suspeito falava que ia passar a taxa na máquina de cartão. Porém, passava valores no crédito e no débito, repetindo a operação várias vezes em diversas máquinas, sob o pretexto de não dar sinal.

Após passar o cartão diversas vezes, o suspeito ia embora com a cesta, alegando que voltaria na loja para buscar uma outra máquina de cartão.

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