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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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BALANÇO CONTÁBIL

Auditoria na Unimed Cuiabá aponta fraude de mais de R$ 400 milhões durante gestão passada

Foto: Reprodução/Montagem

Auditoria na Unimed Cuiabá aponta fraude de mais de R$ 400 milhões durante gestão passada
O resultado final da auditoria independente contratada pela nova gestão da Unimed Cuiabá apontou R$ 400 milhões em prejuízo contábil.  O trabalho serviu para verificar os números do balanço contábil de 2022 da cooperativa, que possui mais de 1400 cooperados e cerca de 220 mil usuários. Trata-se da maior fraude fiscal da história do sistema Unimed no Brasil.


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O atual diretor de Desenvolvimento de Mercado da Unimed do Brasil e que acumula o cargo de presidente da Federação das Unimeds de Mato Grosso, Rubens de Oliveira Junior é apontado como o principal responsável. Rubens é o ex-presidente da Diretoria Executiva da Unimed Cuiabá e, ao lado, do ex-CEO Eroaldo Oliveira e do ex-presidente do Conselho de Administração João Bosco Duarte foram os dirigentes responsáveis por fecharem os números que, segundo a auditoria realizada, maquiou o balanço e possibilitou a fraude fiscal milionária.

As inconsistências contábeis da gestão de Rubens já haviam sido questionadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que fiscaliza os planos de saúde. Os números apresentados pelo ex-presidente estavam sendo questionados desde o segundo trimestre do ano passado, por meio de notificações da ANS, e não foram respondidos corretamente pela gestão anterior.

As inconsistências contábeis também haviam sido apontadas pelos Conselhos Fiscais em 2021 e 2022. Contudo, Rubens, Eroaldo e João Bosco omitiram, por várias vezes, as informações da Unimed Cuiabá para os conselheiros em desacordo com o estatuto da Cooperativa, conforme fontes, blindados pela antiga assessora jurídica da cooperativa, a advogada Jaqueline Larrea. 

O balanço contábil 2022 foi apresentado em Assembleia Geral Ordinária em 4 de março deste ano pelo ex-CEO Eroaldo de Oliveira e foi reprovado. Nesta quarta-feira (14), o balanço reajustado pela auditoria foi enviado aos cooperados e uma nova Assembleia Geral Extraordinária foi marcada para o próximo dia 27 de junho. 

Por meio de nota, a atual diretoria da Unimed Cuiabá, presidida por Carlos Bouret, afirmou que será um enorme esforço regularizar a saúde financeira da Cooperativa, que deverá seguir um plano de regularização a médio prazo que será apresentado em Assembleia Geral Extraordinária.

Garantiu que se houver algum ilícito apurado, os responsáveis serão acionados cível e criminalmente para ressarcimento da cooperativa.

"A Unimed Cuiabá reforça ainda aos seus mais de 220 mil clientes e aos mais de 1100 colaboradores que, além de assegurar a qualidade de atendimento, a atual gestão não poupará esforços no sentido de sanar e regularizar os apontamentos tanto da auditoria externa quanto da ANS", declarou.

Rebateu acusações

Rubens, em nota conjunta com os demais ex-diretores da Unimed, negou a existência da dívida gerada pela gestão passada e afirmou que a atual é inexperiente e irresponsável. Segundo o ex-presidente, a auditoria em questão retirou a previsão de recebimento de R$ 50 milhões do DASA (Diagnósticos da América S.A.), por contrato firmado em 2022. "Essa interpretação gera uma vantage, futura a eles: os recebíveis saem do Balanço de 2022 e entram positivando os balanços dos próximos anos. Isso é vantagem para a gestão atual e desvantagem para o cooperado, que terá de pagar a conta".

Além disso, Rubens apontou equivoco da atual gestão ao reconhecer, integralmente, R$ 103 milhões a ser previsionado em PEONA (Provisão para Eventos/Sinistros Ocorridos e Não Avisados) como saldo negativo no balanço de 2022.

Ainda segundo a ex-diretoria, o atual comando da Unimed revisou todas as contas de janeiro, fevereiro e março de 2023, para jogar ao balanço de 2022 aquilo que foi originado em 2022. "Toda operadora de saúde tem uma esteira de contas a pagar. Contas que ficam em auditoria e que, ainda que o serviço tenha sido originado em um determinado ano, só são reconhecidos no ano seguinte. A manobra feita ajudará a gestão de Bouret ao aliviar o balanço futuro de 2023".

A nota ainda cita anulação de contratos futuros e não envio de documentação para ANS para o cálculo da margem de solvência.
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