O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem sido alvo de ataques e de uma rede de intrigas dentro do governo federal, mostra reportagem da revista Veja desta segunda-feira (3). Segundo a publicação, as ofensivas vêm acontecendo há pelo menos dois meses, inclusive com o Partido dos Trabalhadores (PT) atuando em uma das frentes para fragilizar o ministro.
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De acordo com a Veja, servidores do PT reuniram documentos contendo supostas irregularidades praticadas por diretores do Ministério da Agricultura. “Um dos funcionários encarregados da coleta de material contra Fávaro contou a Veja que assessores do ministro estariam envolvidos num esquema de liberação ilegal de licenças de fabricação de agrotóxicos”, diz trecho da reportagem.
A revista diz que esses assessores foram nomeados no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Fávaro foi informado sobre a denúncia, contudo afirmou não ter encontrado nenhuma inconformidade. Diante disso, servidores petistas têm acusado o ministro de inércia diante da situação.
Outro fator elencado pela Veja para a “fritura” de Fávaro é a disputa interna entre políticos do centrão. Um dos episódios recentes que culminou na fúria contra Fávaro foi a liberação de R$ 140 milhões do orçamento do Ministério para a recuperação de estradas em áreas rurais e a compra de equipamentos agrícolas.
Como revelou o Olhar Direto na última semana, dos R$ 140 milhões, Fávaro destinou R$ 130 milhões para 7 cidades de Mato Grosso. Uma reportagem da Folha de S. Paulo afirmava que o Planalto havia vetado o repasse, por conta de supostas pressões do Centrão no Congresso. Ao Olhar Direto, Fávaro negou qualquer recebimento de ordens dessa natureza e afirmou que os recursos estavam mantidos.
Segundo a Veja, “uma decisão” de Fávaro tem poder de influenciar ao menos 200 votos na Câmara dos Deputados, grupo esse apelidado de bancada do agronegócio. A revista diz ainda que há uma pressão de bastidor para que o nome de Fávaro seja trocado. O substituto seria o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), que é próximo de Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores.
À Veja, Fávaro disse estar alinhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que não faz nada sem que o presidente saiba. Há uma semana, durante o anúncio do Plano Safra, o presidente rasgou elogios a Favaro, ao dizer que por ser um homem ligado ao agronegócio, poderia ser o seu ministro da Agricultura.
“Se vocês não acreditam em destino, se não acreditam na relação química entre os seres humanos, eu acredito. O Fávaro tem sido uma dessas coisas boas que aconteceram num governo que não é um clube de amigos”, disse Lula.
Nesta segunda-feira, Fávaro acompanhou o presidente Lula em Ilhéus, litoral baiano, na cerimônia de assinatura da ordem de serviço para o início das obras do trecho um da Ferrovia de Integração Oeste - Leste (FIOL) até o Porto de Ilhéus.
“É uma data histórica! Esta obra permite, num primeiro momento, até 2027, a exportação de minério e também possibilitará a ligação com o Oeste baiano para que a gente possa também conectar com a FICO, que chega até Mato Grosso, dando mais competitividade para a agricultura brasileira”, escreveu Favaro.
