Mato Grosso registrou mais de mil casos de mortes violentas intencionais (MVI) em 2022. O dado alarmante foi divulgado nesta quinta-feira (20), na 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
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Mortes violentas intencionais (MVI) agregam as vítimas de homicídio doloso (incluindo feminicídios e policiais assassinados), roubos seguidos de morte, lesão corporal seguida de morte e as mortes decorrentes de intervenções policiais.
De acordo com o documento, somente em 2022 foram exatas 1.072 mortes. Um aumento de 20% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 889 ocorrências. Mato Grosso é o estado com a maior taxa de crescimento e ocupa a 16ª posição no ranking dos estados mais violentos.
O documento aponta que entre os tipos de mortes violentas intencionais, há um destaque para o homicídio doloso, que teve um aumento de 14 casos no ano passado, na capital, passando de 47 para 61. Além disso, a lesão corporal seguida de morte também aumentou de uma para duas ocorrências na capital.
No estado os números também são preocupantes. Isso porque, os homicídios dolosos, de acordo com a pesquisa, aumentaram de 749 para 923, enquanto as lesões corporais seguidas de morte passaram de 8 para 11 casos.
Dados nacionais
No âmbito nacional, o país contabilizou um total de 47.508 mortes violentas intencionais (MVI). Esse número só é maior daquele observado em 2011, primeiro ano da série histórica monitorada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Em termos relativos, a taxa de mortalidade ficou em 23,4 por grupo de 100 mil habitantes, o que representa um recuo de 2,4% em relação a 2021. Contudo, mesmo significando uma redução de ritmo em relação aos últimos três anos, o documento mostra que o país está longe de ser uma nação mais segura.
Sorriso
Mato Grosso também carrega outro dado preocupante: a cidade de Sorriso (420 km de Cuiabá) é considerada o sexto município mais violento do país.
Segundo o levantamento, a cidade do norte do estado teve uma taxa de 70,5 mortes violentas para cada 100 mil habitantes no ano passado.
O estudo produzido indica o que a população de Sorriso, conhecida como a “cidade do medo”, tem passado ultimamente. Por lá, desde 2020, uma onda de violência tem tomado conta do município, principalmente por conta de uma guerra de facções.
De acordo com o delegado Eugênio Rudy Júnior, da Delegacia de Sorriso, a disputa por território e o domínio do tráfico de drogas são causas da violência no município. Três grupos são os principais envolvidos: Comando Vermelho (CV), Partido Primeiro Comando da Capital e Tropa do Castelar, dissidentes do CV, que se revoltaram com execuções dos próprios membros.
