A ministra Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, anunciou nesta sexta-feira (28) a aprovação dos estudos para demarcação da Terra Indígena Kapôt Nhinore, localizada nos municípios de Vila Rica (MT), Santa Cruz do Xingu (MT) e São Félix do Xingu (PA). A medida foi anunciada durante o evento "Chamado Raoni" e já está publicada no Diário Oficial da União.
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Guajajara chegou ao Xingu nesta sexta-feira, acompanhada pela presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana. A presença do presidente Lula (PT) era aguardada no evento, mas o petista não pôde comparecer em razão de um procedimento médico ao qual teve de ser submetido.
O Chamado de Raoni ocorre desde segunda-feira (24) e reúne, além de autoridades públicas nacionais e internacionais, representantes de diferentes etnias do país. O encontro tem por objetivo discutir a defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil.
A área a ser demarcada, conforme o estudo apresentado por Guajajara, é de ocupação tradicional dos povos Kayapó Mebêngôkre e Yudjá e tem cerca de 362.243 hectares. Os Kayapó reivindicam o território desde o começo da década de 1980, como consta nos registros de processos relativos à demarcação das terras indígenas habitadas pelo mesmo povo, mas associadas a subgrupos específicos. Atualmente, a maior parte do território é ocupado por fazendas.
Atualmente, a aldeia Kapôt Nhinore é a única permanente na área identificada, contando com pouco mais de 60 habitantes.
De acordo com informações do portal Primeira Página, durante o ato com Guajajara as lideranças indígenas dos mais de 54 povos reunidos no evento condenaram o marco temporal, que proíbe a ampliação de terras indígenas já demarcadas. O projeto é avaliado no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). Os indígenas cobram uma resposta sobre o tema até o dia 9 de agosto, por ocasião do Dia Internacional dos Povos Indígenas.
