O governador Mauro Mendes (União) reforçou a luta contra a demarcação de terra indígena nos municípios mato-grossenses de Santa Cruz do Xingu e Vila Rica. O gestor afirmou que acompanhou reunião da bancada federal e que o Estado irá agir – política e juridicamente – para defender os produtores rurais que atuam na região.
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“Semana passada a Funai retomou esse processo de demarcação, tem áreas tituladas, fazendas consolidadas e nós estamos com a bancada federal. Semana passada os senadores Margareth Buzzetti, Mauro Carvalho e Jayme Campos, além dos deputados, já começaram a interagir nesse assunto lá em Brasília, pediram documentação para a Funai e nós vamos movimentar politicamente e juridicamente para evitar que esse dano possa ser causado ao estado de Mato Grosso e aos mato-grossenses que vivem ali naquela região”, afirmou, em conversa com a imprensa nesta segunda-feira (7).
A reunião com a bancada ocorreu na semana passada, quando Mauro também dialogou com representantes do setor produtivo e os prefeitos de Santa Cruz do Xingu e Vila Rica. O intuito da reunião foi encontrar estratégias que possam reverter a decisão da Funai, que autorizou a realização do estudo para a demarcação de uma nova área indígena de 362.243 hectares.
Somente em Santa Cruz do Xingu serão impactados 218 mil hectares, ou seja, mais da metade da nova área indígena deverá vir do município mato-grossense.
O documento de Identificação e Delimitação da Terra Indígena (TI) Kapôt Nhĩnore é o primeiro passo para a demarcação do território, que pode causar a expropriação de 201 propriedades rurais entre Mato Grosso e o Pará. A aprovação do estudo ocorreu durante o evento "Chamado Raoni", convocado pelo Cacique Raoni Metuktire na Aldeia Piaraçu (MT), com a presença de lideranças indígenas de todo o país e autoridades.
Conforme a Funai, nos próximos 90 dias, o estudo estará aberto para possíveis contestações tendo em vista que a maior parte do território é ocupado por áreas produtivas.
O local delimitado é uma área considerada sagrada para o povo kayapó, uma vez que abriga a aldeia onde o cacique Raoni nasceu. Os povos originários reivindicam o território desde 1980, segundo os registros de processos que envolvem as demarcações das terras indígenas.
Atuação da bancada
A bancada federal de Mato Grosso indicou a deputada Coronel Fernanda (PL) como a representante do Estado, na Câmara dos Deputados, para acompanhar os estudos relativos à demarcação. Coronel Fernanda, vale lembrar, é citada em um caso de invasão de terras no município de Feliz Natal (512 km de Cuiabá).
Conforme os autos do inquérito, a área estaria registrada em nome de Florisbela Gomes e o marido dela, Sebastião Goés, seria o responsável por cuidar da propriedade. Ele alega ter sido ameaçado pela deputada durante uma ocorrência no dia 15 de janeiro deste ano.
