O deputado federal Coronel Assis (PL) travou um embate com o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, que depôs nesta terça-feira (15) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Entre as perguntas: comunismo e invasão do STF por parte de integrantes do movimento.
O parlamentar começou sua interpelação dizendo que discordava dos pensamentos do líder do movimento que, segundo Assis, cria uma narrativa de que o MST é perseguido. Segundo Assis, o objetivo das investigações não é criminalizar o movimento social, mas sim investigar e apurar as “invasões criminosas de terras”.
“Eu promovo essa divergência de vosso pensamento justamente porque eu entendo que, a invasão a propriedade particular não capitulada dentro daquilo que prescreve a Constituição Federal, onde essa propriedade não está cumprindo com o seu papel social, uma propriedade que não se enquadra dentro desse escopo constitucional, com certeza é classificada como crime”, disse.
Na segunda pergunta direcionada a Stédile, Assis o questionou se, em 2014, quando, conforme o deputado, integrantes do MST tentaram invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), ele coordenou a ação.
Em resposta ao deputado, Stédile negou a participação de integrantes do MST na tentativa de invasão ao prédio da Suprema Corte, como mencionado por Assis. Ele ainda provocou o parlamentar, afirmando que a invasão da Corte foi promovida por “outra turma", em referência aos atos golpistas do 8 de Janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram a sede dos Três Poderes.
“O MST contribuiu com orgulho foi durante os anos que o Lula estava preso, em que participamos com outros movimentos populares, aqui em Brasília, de uma vigília na frente do STF”, respondeu. “Fizemos uma greve de fome em 2018 que era reivindicando o direito do presidente Lula ser candidato. Infelizmente, perdemos. As manifestações que nós participamos fazem parte da luta democrática”.
A pergunta seguinte de Assis foi sobre o comunismo. Ele questionou se seria possível implantar esse sistema político no Brasil, um “país com economia globalizada e presença de conglomerados capitalistas”.
Stedile rebateu: “Nenhum país do mundo teve comunismo. Não é o caso do Brasil. Não é isso que está em debate. O debate é o projeto de soberania nacional. O que você defende para que, no Brasil, com tanta riqueza e território tão grande, todo mundo tenha as mesmas oportunidades”.
Em seguida, o líder ressaltou que o movimento tem participado de debates em universidades e com partidos. Ele afirmou que está convencido que a saída estrutural do Brasil é reindustrializar o país.
“Na década de 80 tivemos quase 80% do PIB industrial. Agora caiu para 13%. Não é possível resolver os problemas da sociedade brasileira sem ter indústrias. Complementar a isso, nós temos que desenvolver uma agricultura de alimentos saudáveis para o mercado interno”, finalizou.
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