Olhar Direto

Quarta-feira, 15 de maio de 2024

Notícias | Cidades

ENCONTRADA NO PARQUE DAS ÁGUAS

Veja o que se sabe sobre o caso da advogada vítima de feminicídio em Cuiabá

Foto: Reprodução

Veja  o que se sabe sobre o caso da advogada vítima de feminicídio em Cuiabá
Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni foi assassinada na madrugada do último domingo (13), em Cuiabá. O ex-soldado da Polícia Militar, Almir Monteiro dos Reis, é apontado pela Polícia Civil como autor do crime. A vítima conheceu o suspeito algumas horas antes, no Bar do Edgare, nas proximidades da Arena Pantanal. Ela deixou o local acompanhada do ex-PM e foi até a casa dele, no bairro Santa Amália. 


Leia mais
Delegado diz que ex-PM tratou advogada como 'objeto' ao matá-la com frieza e requintes de crueldade

Vídeos mostram ex-policial militar suspeito de matar advogada sendo preso

'Cristiane existir, já fez deste mundo melhor', afirma família de advogada encontrada morta em parque

Coronel Mendes cobra reforma da legislação penal ao falar que ex-PM não deveria estar solto


Conforme investigação, no quarto principal da residência, Almir matou a advogada de 48 anos, com requintes de crueldade. Depois do crime, o homem ainda abandonou o corpo da vítima dentro do veículo dela, no Parque das Águas, pela manhã do domingo. Um irmão de Cristiane conseguiu localizar o paradeiro dela e a encontrou, já sem vida, no banco de carona do Jeep Renegade.

Cristiane é filha do procurador aposentado de Mato Grosso, Luis Roberto Fonseca. Ela era viúva e perdeu o marido em 2021, vítima da covid-19. O casal tinha duas filhas, uma de 20 anos e outra de 14. A advogada trabalhava há mais de oito anos com o acompanhamento de crianças vítimas de violência.

Almir está preso na penitenciária militar, localizada em Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá). A prisão em flagrante foi convertida para prisão preventiva na noite de segunda-feira (14).

Dia do crime

Almir e Cristiane se conheceram na noite de sábado (12), por volta das 23h30, no Bar do Edgare. Antes de ir para o bar, a vítima passou o dia com a família em um churrasco.

A última pessoa que viu a vítima foi seu primo, que se despediu dela um pouco antes da dupla sair do local, em direção à casa do suspeito. Depois disso, a advogada não deu mais notícias aos familiares.

Como o suspeito estava sem carro, os dois foram embora no veículo de Cristiane, um Jeep Renegade verde.

De acordo com o delegado Ricardo Franco, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Cristiane morreu durante a madrugada, por asfixia. Além disso, o corpo da vítima apresentou vários sinais de espancamento, com lesões na face e no crânio, junto com sinais de violência sexual.

Encontro do corpo

Sem notícias de Cristiane, o irmão da vítima acessou um aplicativo de rastreio do celular dela e viu que a mulher estaria no Parque das Águas. Chegando no local, ele encontrou o corpo no banco de carona do Jeep Renegade. Ele levou a vítima para o hospital, mas ela já estava sem vida. Nisso, a Polícia Civil foi acionada.

Com ajuda do aplicativo de rastreio, a equipe da DHPP conseguiu encontrar o último lugar em que Cristiane esteve antes da morte. Os policiais foram até a casa do suspeito e por meio de câmeras de segurança, viram o veículo da vítima saindo do local, na parte da manhã, com Almir na direção.

Na residência, os policiais realizaram a abordagem do suspeito, que confessou ter dormido com a vítima, porém apresentou diversas contradições sobre os fatos posteriores e o envolvimento no crime de feminicídio. Na casa, os policiais da DHPP, o IML e a Criminalística colheram diversos indícios da autoria do suspeito no crime.

Interrogatório inicial

No primeiro interrogatório, realizado durante a prisão de Almir em sua residência, o suspeito disse à equipe da DHPP que Cristiane teria caído ao solo e batido a cabeça duas vezes. Ele também afirmou que ela estava ingerindo bebidas alcóolicas.

“Tinha sangue aqui, mas pouca coisa. Ela caiu e bateu a cabeça. Não, sangue não, eu não falei sangue, ela bateu a cabeça perto da cama. Eu estou falando a verdade. Acho que ela bateu a cabeça aqui também só. Esses dois lugares, nessa região aqui [no quarto] e na sala só. Na hora que ela foi levantar para pegar água, alguma coisa para beber, uma cerveja, ela bateu. Foi pegar cerveja, ela estava bebendo. No banheiro não tem nada, ela nem foi lá”, diz Almir à equipe, enquanto se contradiz em vários momentos.

Leia mais
Vídeo mostra interrogatório inicial de ex-PM afirmando que advogada bateu a cabeça

Ex-PM usou creolina e sabão em pó para limpar manchas de sangue após matar advogada

Câmera de segurança flagra ex-PM deixando casa em carro com corpo de advogada; veja vídeo


Limpeza da cena do crime

Quando a equipe policial chegou na casa do suspeito, o local já havia sido limpo para retirada do sangue da vítima. O ex-PM utilizou creolina e sabão em pó para limpar as manchas de sangue do chão, móveis da casa, jogo de cama e roupas. O lençol, travesseiros e roupas foram encontrados na máquina de lavar roupa, ainda molhados.

Com o uso do luminol, a perícia conseguiu identificar os locais onde estavam as manchas, como por exemplo, na cama de casal, nas quinas de móveis, no chão do quarto e da sala, na saída da casa.

Testemunha

Almir possui uma namorada, que é enfermeira e estava trabalhando em uma unidade de saúde no momento em que a advogada foi morta. Quando ela retornou do trabalho, o ex-PM já havia limpado a casa, sem deixar resquícios do crime.

No momento que a Polícia Civil chegou na residência para realizar a prisão do suspeito, a namorada estava presente, mas não sabia do crime. Depois, ela colaborou com as investigações e foi ouvida na DHPP na última quarta-feira (16).

Passagens criminais

O ex-soldado da Polícia Militar possui diversas passagens criminais e foi expulso da corporação após ser acusado por um assalto ao posto de combustível Lídergás, no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá, no ano de 2013. Além do roubo, também foi acusado por formação de organização criminosa.

Leia mais
Juiz pede novas informações sobre disponibilidade de vaga para internação de ex-PM suspeito de matar advogada

Defesa cita esquizofrenia ao pedir liberdade a ex-policial suspeito de matar advogada encontrada em parque


Expulso da PM por assalto, suspeito de matar advogada é réu por furtar R$ 88 mil da SEMA e tem longa ficha criminal

Laudo de esquizofrenia

Almir possui um laudo atestando ser portador de transtorno esquizofrênico. Por este motivo, ele chegou a ser absolvido no processo de roubo qualificado cometido em 2013.

Já em outubro de 2022, foi expedido um mandado de internação contra ele, mas devido à falta de vaga no Adauto Botelho, a Justiça converteu o mandado provisoriamente em acompanhamento ambulatorial em um Centro de Assistência Psicossocial (CAPS).
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet