A vereadora Maysa Leão (Republicanos) protocolou nesta segunda-feira (4), na Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), um pedido de providências contra o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) pela suposta prática de difamação, violência de gênero e incitação ao crime. O documento, que é assinado por 15 vereadores, é mais uma das ações tomadas por Maysa, que acusa o parlamentar de editar um vídeo propositalmente a fim de colocá-la como defensora de estupradores. 

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“A gente veio hoje protocolar um pedido de providência de 15 vereadores da Câmara de Vereadores de Cuiabá a respeito do acontecido com o deputado Cattani e eu. Um acontecimento que hoje extrapolou as pessoas físicas e acabou atingindo as pessoas parlamentares. Então é um caso que precisa ser apurado por essa casa, que é a casa de leis onde ele tem o cargo”, disse Maysa, pouco antes de entregar o documento à Comissão. 

Segundo a vereadora, o ato de Cattani se enquadra em “algo análogo à quebra de decoro parlamentar". Ela explicou que essa avaliação foi feita pelos vereadores da Câmara Municipal, e que por isso encaminhou a solicitação à Comissão Especial da Casa de Leis. 

“Nós, como membros da Câmara de Vereadores de Cuiabá, nós fazemos esse tipo de julgamento. Então, por isso que é um pedido de providências para que a Casa, dentro do seu regimento, possa agir e os deputados possam julgar”, acrescentou. 

Maysa revelou que registrou um boletim de ocorrência contra Cattani na Delegacia de Crimes Virtuais e também na Delegacia da Mulher. Ela afirmou que já foi escutada e que apresentou os indícios de provas. 

“O delegado da Delegacia de Crimes de Internet vai concluir o inquérito, despachar e, havendo coerência com o crime de violência política de gênero entre dois parlamentares, este despacho será encaminhado à Polícia Federal”, revelou. 

Avaliação da presidência e trâmites

O deputado estadual e presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (UNIÃO), disse que vai encaminhar o pedido de providências de Maysa à Comissão de Ética para uma análise detalhada da documentação protocolada. Ele disse que, se preciso, irá requisitar a análise da Polícia.

“Eles [a Comissão] devem designar alguém para verificar tudo, fazer um relatório, se for o caso, requisitar alguém da polícia para fazer um relatório de tudo isso e encaminhar para a presidência”, disse. 

Na sexta-feira (1), Maysa Leão já havia protocolado um pedido de providência contra Cattani. No entanto, segundo Botelho, houve um erro na tramitação deste documento, por ele não ter passado pela presidência da Casa. 

“Tinha que vir pra presidência. A Procuradoria que errou. Eu, inclusive, vou mandar notificá-los que eles não podem encaminhar nada para frente quanto diz respeito a deputados sem passar pela presidência. O de hoje está correto”, finalizou.