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Quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

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audiência na terça

Após treze meses da morte de jovem estudante de veterinária, família continua cobrando justiça

Foto: Arquivo Pessoal

Após treze meses da morte de jovem estudante de veterinária, família continua cobrando justiça
O estudante de veterinária Frederico Albuquerque Siqueira Correa da Costa, de 21 anos, morreu atropelado há treze meses, completados nesta segunda-feira (2). Até o momento, o casal denunciado pelo crime, Danieli Correa da Silva e Diogo Pereira Fortes, não foi julgado. A família de Fred, como era chamado carinhosamente, cobra por justiça no caso. Segundo a mãe do jovem, a dentista Laura Albuquerque Correa da Costa, uma audiência de instrução está marcada para terça-feira (3), no entanto, a defesa de Diogo entrou com um pedido de redesignação e eles aguaram o pronunciamento da 12ª Vara Criminal de Cuiabá.


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“A gente tem tentado continuar a vida, porque eu sei que esse era o desejo do nosso filho. Ele era um menino muito alegre e muito bom, falava da vida como falava da morte. Ele era bastante temente a Deus e tinha muita fé. Mas é muito difícil seguir sem ele, só quem é mãe e pai sabe do que é passar por isso. A gente tem lutado bravamente e vamos lutar até o final para que consigamos ter essa Justiça que a gente tanto almeja, não só pelo Frederico, mas por outros”, disse Laura.

A dentista atualmente faz parte de um grupo de pais que tiveram filhos mortos em acidentes de trânsito. Ela reforça que além da justiça pelo crime, é necessário mudar as leis de trânsito no país. “Você vê quantos acidentes existem todos os dias, morrem jovens, crianças, adultos, pais de famílias, filhos, então quantas pessoas não ficam órfãs? É muito sofrimento, e os envolvidos precisam pagar pelos crimes. A gente vai lutar por isso”.
 
Na última sexta-feira (29), a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) divulgou a implantação de dois novos radares em Cuiabá, sendo um deles, próximo ao local onde Frederico foi atropelado, na avenida Manoel José de Arruda, na região da Unic Beira Rio. A implantação dos equipamentos foi uma medida adotada após reunião perante o Ministério Público, por meio da 29ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Cuiabá, Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, para garantir maior segurança viária nestes dois trechos considerados críticos e com alto fluxo de pedestres.

A mãe de Fred acredita que a medida poderá impedir a morte de outras pessoas no local e antes, ela achou que seria colocado um quebra-molas na avenida, mas acredita que o radar é mais efetivo.

“A morte do Fred foi uma estupidez, uma monstruosidade, pessoas que bebem, pegam a direção sem ter condições e nem habilitação e falam que nem viram que bateram em uma pessoa. Eu não consigo imaginar isso, que tipo de ser humano age dessa forma? Meu filho tinha 1,82 e pesava 100 kg. Era forte e saudável, e foi jogado há vários metros de distância, morrendo instantaneamente. Eles não pararam para ver meu filho. Quanta frieza, me embrulha o estômago e fico triste porque eles não foram punidos até hoje e continuam vivendo suas vidas como se nada tivesse acontecido”, finalizou Laura.

O acidente

O atropelamento que causou a morte de Frederico aconteceu na madrugada de 2 de setembro do ano passado. A vítima estava ao lado de um veículo estacionado e, no momento em que ia atravessar a via, foi atropelada por um veículo, que não parou para prestar socorro.

O vigilante Diogo, de 35 anos, teria, voluntariamente, confiado a direção do veículo à Danieli, que sabia não ser habilitada para a condução e que estava sob influência de álcool.

A Deletran reuniu diversos elementos informativos, como áudio, imagens de câmeras de segurança, laudos periciais e depoimentos, que corroboraram as informações de que, mesmo sabendo que a mulher havia consumido bebida alcoólica, o dono do Honda City permitiu que ela conduzisse o veículo.

A vendedora Danieli Correra e o vigilante Diogo Pereira foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE) pelo crime de homicídio qualificado do inciso IV do artigo 121 do Código Penal, que discorre sobre a morte mediante traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
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