As reuniões realizadas nesta terça-feira (3) em Brasília, com o objetivo de debater a eventual estadualização do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, resultaram em um ambiente harmônico raramente visto entre o governador Mauro Mendes (UNIÃO) e sua oposição aqui no Estado, representada hoje na capital federal pelo deputado Lúdio Cabral (PT). Apesar disso, o assunto está longe de ser resolvido.
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De acordo com o governador, após audiência pública no Senado Federal e reunião com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi decidido que um grupo de trabalho será criado em busca de uma alternativa que contemple tanto os interesses do governo estadual como dos ambientalistas, que defendem que a gestão do parque siga sob a competência federal.
“O que não queremos é essa concessão que poderá levar a cobrança de até R$ 100 para o cidadão utilizar o Parque. Qualquer outra alternativa que permita os investimentos e possa melhorar esses acessos, nós iremos acatar. O que não aceitamos e não gostaríamos que acontecesse é uma concessão que vai investir apenas R$ 18 milhões e cobrar um valor, que ao nosso ver, extrapola a capacidade de pagamento da maioria dos mato-grossenses. Vamos criar um grupo de trabalho, isso foi um consenso de todos, para que através desses diálogos – porque tem muita boa vontade, de ambas as partes – nas próximas semanas a gente possa apresentar algo efetivo”, disse o governador.
Marina Silva recebeu a comitiva de Mato Grosso em seu gabinete, na Esplanada dos Ministérios, e pontuou que o tema será debatido levando em consideração a Constituição Federal.
Além de Mauro e Lúdio, estiveram na reunião o secretário executivo do ministério, João Paulo Capobianco, o presidente do ICMBio, Mauro Pires, o senador Mauro Carvalho (União), a deputada federal Gisela Simona (União) e os secretários Mauren Lazzaretti (Meio Ambiente) e Fábio Garcia (Casa Civil).
No encontro, Mauro apresentou uma proposta alternativa à estadualização, que já havia citado na audiência da comissão do Senado. Ao invés da estadualização, o governador defende a possibilidade de autorização do governo federal para que em cinco anos o Estado esteja autorizado a fazer uma série de investimentos no parque, previamente combinados.
“A audiência pública já havia sido muito produtiva. Estamos buscando caminhos para a preservação do Parque Nacional e de utilização, pelo conjunto da população, das suas potencialidades. A constituição desse grupo de trabalho com o ICMBio, Ministério do Meio Ambiente, Governo do Estado e conselho gestor do Parque, é para pensar quais iniciativas devemos colocar em prática para assegurar investimentos e o fortalecimento desse patrimônio”, acrescentou Lúdio Cabral.
