Ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva lamentou o falecimento do amigo Romoaldo Júnior (MDB), sepultado na manhã desta segunda-feira (18), no cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, na capital. Presente no enterro, o ex-deputado afirmou que o aliado político foi um dos únicos a lhe apoiar quando firmou com a Justiça o acordo de delação premiada, que revelou um forte esquema de corrupção na Assembleia Legislativa, no período em que comandaram o Poder.
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“O que pesa mais a favor do Romoaldo é que ele era extremamente humano, um cara que cuidava da saúde, tirava a própria camisa para dar ao outro. Fez para muita gente o que não pode fazer a ele”, afirmou ao Olhar Direto.
“Tenho profundo respeito, foi um dos poucos que quando fiz a delação disse: 'Riva fez certo, cada um tem que carregar a sua parte'. Tenho uma gratidão muito grande pela amizade do Romoaldo, amizade que minha filha herdou e fez muito por ele. Um dia muito triste, mas tenho certeza de que Romoaldo cumpriu sua missão na terra”, acrescentou.
Romoaldo e Riva chegaram a fazer dobradinha no comando da Mesa Diretora, sendo que o emedebista chegou a assumir o comando da ALMT no período em que Riva foi afastado do cargo por decisão da Justiça.
Anos depois, em 2019, Riva virou delator e citou Romoaldo em alguns esquemas de corrupção, como no pagamento de “mensalinho” a deputados estaduais, desde 1995. Naquele ano, o emedebista disse torcer para que a delação do amigo fosse homologada.
“O cara está condenado a 100 anos, tem que se defender, né?! Tomara que seja homologada mesmo e ele fique solto, não merece ser preso, não. Trabalhou aí por 20 anos, ajudou muito Mato Grosso. Eu nunca fui preso, mas imagino que cadeia deva ser muito ruim. A minha consciência está limpíssima. Eu entrei nessa Assembleia como um homem rico, me orgulho do meu trabalho na política, mas hoje, financeiramente, eu sou bem pior”, disse Romoaldo em outubro de 2019.
