José Antônio Ribeiro Pinto, filho de João Antônio Pinto, 87 anos, que foi morto em um suposto confronto com policiais civis, afirmou durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Invasões, na Assembleia Legislativa (ALMT), nesta segunda-feira (18), que seu pai foi executado pelos agentes. O pecuarista ainda detalhou que ele e integrantes da sua família foram ameaçados por invasores da sua propriedade, localizada no Contorno Leste, na Capital.
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“Meu pai foi assassinado em um pedaço das nossas terras. Estava lá, porque ele estava resistindo. O meu pai jamais se dobrou a esse fato (invasão). É um senhor de 87 anos, labutou a vida inteira, conseguiu tudo com mãos calejadas e inclusive morreu trabalhando. No dia dos fatos, ele chegou lá na propriedade dizendo que havia conhecido o líder da invasão. Pouco tempo depois, a propriedade foi invadida por policiais e o meu pai foi executado”, afirmou José Filho.
João Antônio Pinto foi assassinado no dia 23 de fevereiro por policiais da Delegacia do Estelionato. A versão dos agentes da corporação é de que eles receberam uma informação de que havia um homem armado no local. Ao chegar à propriedade, o idoso teria reagido à ação e um investigador teria atirado no peito do pecuarista. Ele tinha problemas de audição e visão.
A família, no entanto, contesta a versão é afirma que o idoso foi assassinado. Para dar mais explicações, José Antônio Filho foi convocado pela CPI das Invasões. Participaram do encontro: o deputado Carlos Avallone (PSDB), Fábio Tardin (PSB) e o presidente do procedimento, Gilberto Cattani (PL).
“Essa área pertence a minha família, foi adquirida pelo meu pai em 1968. Ele inclusive exerceu a atividade pecuária leiteira e depois passamos à atividade de cria e recria”, explicou José Antônio.
Ele explicou que as invasões à área da sua família iniciaram após a pavimentação da Avenida do Contorno Leste. O local ainda não foi inaugurado oficialmente pela Prefeitura de Cuiabá.
“A prefeitura entrou com uma obra no Contorno Leste cruzando a propriedade da minha família, mas houve todo um processo de autorização e tudo mais. Assim que a pavimentação foi concluída, as invasões iniciaram instantaneamente. Isso aconteceu no dia 28 de janeiro do ano passado. A área é de 139 hectares”, explicou.
A morte do idoso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
.jpg "Filho de idoso descarta reação e afirma que pai foi executado por policiais civis: 'morreu trabalhando'")
