O Comandante-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso, Coronel Alexandre Mendes, classificou como chocante o sequestro e assassinato de três motoristas por aplicativo na região metropolitana de Cuiabá no último final de semana. Os corpos de duas vítimas foram encontrados na noite de segunda-feira (15); e o terceiro na manhã desta terça-feira (16).
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Um adulto e dois adolescentes confessaram à polícia civil a participação no sequestro e assassinato dos motoristas de aplicativo. Em entrevista coletiva concedida em Sinop, o coronel afirmou que o mais chocante até o momento foi o depoimento dos menores, que confessaram em depoimento à Polícia Civil que mataram as vítimas apenas por crueldade.
“Eles mataram com requintes de crueldade e se eles não fossem presos, eles iriam continuar cometendo homicídios, latrocínios. Algo chocante. Três pessoas, trabalhadores, pais de família, que estavam trabalhando para levar o pão cada dia para seus lares”, disse o comandante.
Conforme Mendes, os adolescentes presos e também demais criminosos têm cada vez mais certeza da impunidade que é a legislação brasileira. “(...) podem ficar no máximo três anos apreendidos, não podem falar que serão presos, porque os locais que eles são custodiados não podem ser considerados presídios. E infelizmente é algo chocante porque eles mesmo sabem que a lei do nosso país são leis brandas, leis que nos tornam até refém da atuação desses bandidos”.
Os três veículos utilizados pelos motoristas foram localizados na cidade de Várzea Grande. O Fiat Palio e o Ônix estavam na mesma região de Várzea Grande onde foi encontrado o primeiro, abandonados para possivelmente serem ‘esfriados’ - ação costumeira no roubo ou furto quando os criminosos deixam os veículos em algum local durante um tempo, para verem se são rastreáveis.
Segundo Mendes, a Polícia Militar tem trabalhado para evitar esse tipo de delito com as chamadas barreiras, que consistem em abordagens para verificar veículos. O comandante, entretanto, recomendou aos profissionais que evitem determinadas localidades em determinados horários.
“Não é nem para verificar se o condutor está certo ou errado, mas sim para verificarmos quem está dentro, passageiros. Até porque nós sabemos que muitas dessas pessoas praticam crimes em quem está trabalhando e na madrugada essas pessoas estão conduzindo celulares, portando dinheiro, pertence e esses bandidos ficam de olho justamente nesses materiais”.