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Sábado, 18 de maio de 2024

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ESTUDO DO ICMBIO

Mais de 17 milhões de animais morreram no Pantanal durante incêndios de 2020; confira dados

Foto: Araquém Alcântara/Divulgação

Mais de 17 milhões de animais morreram no Pantanal durante incêndios de 2020; confira dados
Os incêndios no Pantanal que ocorreram no ano de 2020 queimaram uma área 376% maior que a média anual do bioma. O fogo consumiu milhares de animais e a fauna da maior planície alagada do mundo. O Instituto Chico Mendes de Conversação da Biodiversidade (ICMBio) estimou que 17 milhões de vertebrados, sendo 55 espécies, morreram nas regiões tomadas pelas chamas.


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Em um levantamento apresentado pela instituição, foi divulgado que 43% do território do Pantanal não queimava desde o ano de 2003. O fogo no bioma ocorre já há mais de 12 mil anos, antes da presença humana.
“O fogo acontece há milhares de anos nesses ambientes, e ele ajudou a moldar tanto a biodiversidade que ocorre nele, quanto também a cultura que está associada a esses ambientes, a cultura humana”, explica Christian Berlinck, servidor do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros.

Mesmo quatro anos após o incêndio, os efeitos negativos ainda perduram na biodiversidade local. Estima-se que 72 milhões de vertebrados e 4,5 bilhões de invertebrados sofrem com os impactos indiretos do fogo.
De acordo com os estudiosos, não ocorreu perda de espécies, mas houve redução no tamanho das populações.

“Mesmo dois anos depois, dentro do Parque do Pantanal, as populações não retornaram ao tamanho que elas eram antes. Isso demonstra uma dificuldade de retorno por conta da questão do efeito indireto e da perda das novas gerações”, afirma Christian.

“Isso traz uma grande preocupação. Se coisas parecidas continuarem a acontecer, essa redução [de populações de espécies] vai ficando cada vez mais acentuada até que eu começo a tirar espécies do sistema, ou seja, extinções locais. Então o que aconteceu e 2020, a gente não pode deixar acontecer de novo, mesmo, em especial, em períodos extremamente curtos”, complementou.

Segundo Berlinck, os efeitos do fogo sobre a fauna ocorrem de forma direta, indireta e evolutiva. Na direta, ele queima e mata; na indireta, as paisagens são alteradas e não há zona de refúgio, regulação térmica, comida e água, podendo durar muitos anos; e na forma evolutiva, há perdas na procriação e diminuição da população.

Uma estratégia para evitar que o cenário se repita nos próximos anos é o uso do manejo integrado do fogo, um conceito de trabalho desenvolvido com pesquisa, ecologia, combate e conhecimento tradicional. Com essa abordagem, o fogo pode ser visto como causador de danos ou como um grande aliado, a depender da situação, da localização e forma de ocorrência.

O Manejo Integrado do Fogo associa aspectos ecológicos, culturais, socioeconômicos e técnicos na execução, na integração, no monitoramento, na avaliação e na adaptação de ações relacionadas ao uso do fogo, por meio de queimas prescritas e controladas, à prevenção e ao combate aos incêndios florestais.
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