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Terça-feira, 28 de maio de 2024

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Enem 2009

Polícia Federal investiga furto de mais provas do Enem

Aumentou o número de suspeitos de envolvimento no vazamento, com a confissão de dois jovens contratados pelo Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, responsável pela produção e aplicação da prova), que admitiram ontem ter retirado exemplares da prova de dentro da gráfica.

O grupo que vazou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) furtou ao menos dois exemplares da prova. Mas a Polícia Federal já investiga a possibilidade de outro conjunto de questões também ter sido subtraído antes da prova.


Aumentou o número de suspeitos de envolvimento no vazamento, com a confissão de dois jovens contratados pelo Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, responsável pela produção e aplicação da prova), que admitiram ontem ter retirado exemplares da prova de dentro da gráfica Plural, que imprimia os exames.

Até a conclusão desta edição, cinco pessoas já haviam sido indiciadas: Felipe Pradella (furto, violação de sigilo e extorsão); o dono de pizzaria Luciano Rodrigues e o DJ Gregory Camilo Craid (violação de sigilo, corrupção passiva e estelionato); "Felipe" e "Marcelo", os novos personagens (furto e violação de sigilo).

A polícia investiga agora a participação de uma mulher no furto de uma terceira prova.
Ontem, a PF interrogou Felipe Pradella, o "organizador de caixas" contratado pela Connasel, fotografado quando tentava vender, por R$ 500 mil, um exemplar da prova para jornalistas de "O Estado de S. Paulo", que noticiou o vazamento.

Pradella negou que tenha furtado a prova. Segundo sua advogada, ele confessou ter recebido a prova das mãos de um amigo que prestava serviços dentro da gráfica. Pradella admitiu que tentou vender a prova aos jornalistas.

Por indicação de Pradella, a polícia chegou ao nome de um dos rapazes que teria furtado o exame. Este, por sua vez, denunciou o terceiro nome, que também trabalhava dentro da gráfica. "Felipe" e "Marcelo" tornaram-se, assim, suspeitos de coautoria no crime de furto.

Na cueca

Os dois jovens disseram que uma das provas foi retirada pelo próprio Felipe Pradella de uma caixa e, em seguida, escondida na roupa de um deles, que assim a retirou da gráfica.

O terceiro funcionário do Connasel envolvido no vazamento assumiu que escondeu uma prova dentro da cueca e saiu com ela da gráfica.

Ontem, esses dois novos personagens, vestidos com jeans e camiseta, se apresentaram na sede da PF de São Paulo.

A Plural foi contratada pelo Connasel para imprimir e fazer o acabamento de 9,4 milhões de provas (4,7 milhões por dia de exame). Os trabalhos de divisão das provas por escolas e salas de aula, de colocação de lacres, de logística de distribuição, de transporte e de segurança couberam a outras empresas, que foram contratadas pelo consórcio para o exercício dessas funções específicas.

DVD

A Plural entregou ontem à PF 136 cópias de DVDs com imagens captadas nos 36 dias que durou o trabalho na gráfica.

"Felipe" e "Marcelo", que haviam sido contratados pelo consórcio para fazer a separação e o ensacamento das provas, apontaram nas imagens o local e momento em que consumaram o furto. Já se sabe que uma das provas foi retirada da gráfica por volta das 3h do dia 21 de setembro. A outra prova foi desviada na madrugada do dia seguinte.

A advogada Claudete Pinheiro da Silva, defensora de Felipe Pradella, disse que a gráfica não era um ambiente seguro para impressão das provas do Enem.

"A polícia já viu a fragilidade dos serviços prestados. Segundo comentários de um delegado federal, esse lugar era uma festa", disse a advogada, após acompanhar o depoimento de seu cliente por sete horas.

Conforme Claudete, nenhum funcionário era revistado nem na entrada nem na saída da gráfica e as imagens dos DVDs que já estão com a polícia mostram que "muitas pessoas tinham acesso às provas".

Segundo o diretor-geral da Plural, Carlos Jacomine, a partir do dia 20, uma área foi reservada na gráfica a pedido do consórcio para que as provas fossem embaladas. Toda a administração desse espaço e o controle de acesso eram feitos por seguranças do Connasel.

Ainda de acordo com a advogada, o interesse de Pradella e do DJ Gregory era obter dinheiro com a venda de um "furo" jornalístico. Gregory pediu ao dono de pizzaria Luciano Rodrigues, de quem é amigo, para indicar jornalistas que se interessassem pela prova.

"Felipe Pradella não tinha noção de que vender esse tipo de matéria era um crime", declarou a advogada. "Se ele quisesse vender a prova, teria procurado os interessados nela, e não a imprensa", acrescentou.
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