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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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Montadoras apostam em aumento de até 6% das vendas em 2010

Há um ano, quando a crise financeira mundial abalou a indústria automobilística nacional, o comportamento dos presidentes das principais montadoras do país era exatamente o oposto.

Semblantes tranquilos e discursos otimistas. Há um ano, quando a crise financeira mundial abalou a indústria automobilística nacional, o comportamento dos presidentes das principais montadoras do país era exatamente o oposto. Na época, dedos nervosos tentavam traçar saídas para a forte queda das vendas, que despencaram de 239,2 mil unidades em setembro de 2008 para 177,8 mil unidades em outubro do mesmo ano. Agora, com 308,7 mil unidades emplacadas em setembro (nível recorde), os executivos afirmam que o susto passou e apostam em crescimento nas vendas de automóveis e comerciais leves de até 6% no próximo ano, ao considerar que 2009 fechará com 3 milhões de carros licenciados.


O quadro positivo leva em conta o aumento dos preços dos carros, que sofrerão reajustes em breve devido ao fim da redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e ao aumento dos custos de produção.

A previsão mais otimista vem do presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall. Segundo ele, o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves irá crescer entre 3% e 6% no próximo ano. O alemão foi o único que não freou a produção no período de tensão. O resultado foi a liderança no segmento de automóveis, com 473.809 unidades vendidas até agora.

Durante o Seminário Autodata realizado nesta terça-feira (13), em São Paulo, Schmall afirmou que a Volkswagen anunciará novos investimentos e serão aplicados a partir de 2010. O último investimento da montadora foi de R$ 3,2 bilhões, anunciado em 2007. “Não posso ainda informar quanto será investido”, disse o executivo, que descarta a construção de nova fábrica.

Porém, ele pôde revelar os ambiciosos planos da matriz. O montante investido no Brasil servirá para a produção atingir o nível de 1 milhão de unidades até 2014. Isso porque o grupo Volkswagen pretende desbancar a Toyota em vendas em 2018 e atingir a liderança mundial. “Neste ano, a Volkswagen do Brasil já representa 11,7% das vendas do grupo. É um mercado muito importante”, ressaltou Schmall.

Para os fornecedores conseguirem acompanhar a expansão da montadora, a Volkswagen criou um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC), que financiará os investimentos de tais empresas. No caso, a própria venda de componentes é que garante o lastro da operação, gerenciada pelo Bank of New York Mellon. “Já trabalhamos há dois meses com três empresas nessa linha, agora ampliaremos o valor disponível para R$ 600 milhões e atenderemos mais fornecedores”, explicou Thomas Schmall.

Enquanto isso, o presidente da Fiat do Brasil, Cledorvino Belini, acredita que 2010 fechará com volume em vendas igual ao previsto para 2009, de pouco mais de 3 milhões de unidades de automóveis e comerciais leves. No entanto, a montadora avalia esse volume como um crescimento entre 8% e 10%, já que retira do total de 3 milhões as 300 mil unidades emplacadas graças ao desconto do IPI. Sem a “distorção” do benefício fiscal, a empresa enxerga 2010 como um ano "próspero".

Na acirrada briga com a Volkswagen pela liderança do mercado, a montadora com sede em Betim (MG) investirá fortemente no segmento de automóveis “premium”, como o Linea e o 500, e no pós-venda. “Aplicamos R$ 8 milhões por ano no pós-venda”, disse o diretor comercial da Fiat do Brasil, Lélio Ramos, durante o evento em São Paulo. Até 2011, o grupo Fiat injetará R$ 6 bilhões em todas as empresas presentes no Brasil (Fiat Auto, CNH, Iveco, Magnetti Marelli e FPT).

Nas previsões para o próximo ano, a General Motors segue a mesma linha de raciocínio da Fiat e considera o patamar de 3 milhões de unidades em 2010 como a confirmação da potência do mercado nacional. O presidente da General Motors do Brasil, Jaime Ardila, inclui nos cálculos a venda total de veículos (automóveis, veículos leves, caminhões e ônibus). Segundo ele, se descontar as unidades vendidas devido ao IPI, este ano fechará com 2,786 milhões de unidades. Para 2010, a previsão é chegar a 3,14 milhões de veículos licenciados. “É um patamar excelente”, observou.

Segundo Ardila, a expansão também é esperada para as vendas da marca Chevrolet. “Devemos fechar este ano com 600 mil unidades emplacadas, o que representa um recorde para a General Motors”, ressaltou. Ardila disse ainda que o melhor resultado mensal da empresa foi registrado em setembro, quando 61.893 unidades da marca foram emplacadas. “É a primeira vez que as vendas mensais superam as 60 mil unidades. E isso aconteceu antes do lançamento do Agile, o primeiro carro da nova família de produtos”, comemorou o executivo.

Além do reforço do Agile nos números da companhia, para 2010 Jaime Ardila conta com o lançamento do segundo carro da linha, previsto para a metade do ano e que será fabricado na unidade de São Caetano do Sul, no ABC paulista. A montadora também investirá no mercado de luxo. “Nosso topo de linha continuará sendo o Omega, mas importaremos outros modelos do segmento para ampliar a gama”, afirmou. Apesar de não informar o modelo, a chance de se tratar do Chevrolet Malibu ou do Chevrolet Camaro é grande, de acordo com fontes do setor.

Aumento dos preços

As projeções das principais montadoras do país de expansão do mercado interno já consideram o reajuste de valores dos produtos. Segundo os executivos, a volta do IPI não estará sozinha na contabilidade dos preços. Aumento dos custos de commodities (como aço e petróleo) e o reajuste salarial conquistado pelos sindicatos neste ano impactarão no valor final do produto.

Jaime Ardila alertou ainda que os rastreadores de veículos vão ser obrigatórios nos carros a partir de fevereiro de 2010 e isso também afetará os preços. “O custo adicional será, em média, de R$ 500 para os carros saírem de linha com rastreador, como obriga a nova legislação. E todas as montadoras terão de repassar o valor ao consumidor.”

Na visão dos executivos, a alta não inibirá o mercado, porque o crédito estará mais barato. Ou seja, os financiamentos continuam a atrair consumidores pelo aumento dos prazos – que chegam a 80 meses — e pela contínua queda das taxas de juros. “O volume de crédito disponível no mercado também continuará alto”, disse Ardila.

Exportações

Apesar de a Ford acompanhar as perspectivas positivas das concorrentes, com previsão para 2010 de expansão das vendas em 5%, a montadora se preocupa com as exportações. O diretor de Assuntos Corporativos da Ford na América do Sul, Rogelio Golfarb, acredita que o mercado brasileiro continuará em crescimento nos próximos três anos, mas isso não significa que as exportações poderão ser deixadas em segundo plano.

Para Golfarb, a saída das montadoras será sugerir ao governo a desoneração fiscal de itens de segurança e meio ambiente´, assim como a abertura de linhas de créditos de baixo custo para esses itens. Isso garantiria redução significativa nos custos da cadeia produtiva, o que traria competitividade para as montadoras reconquistarem as vendas em outros países.
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