A edição de logo mais do Fantástico poderá redefinir os caminhos da política mato-grossense. A expectativa é que o programa denuncie esquemas utilizados por políticos locais para desviar dinheiro público. O repórter especial Eduardo Faustino esteve em Mato Grosso por duas semanas produzindo matéria sobre o desdobramento da Operação Arca de Noé, prestes a completar sete anos.

A Operação desmantelou a organização criminosa liderada pelo comendador João Arcanjo Ribeiro e levantou suspeita de esquema envolvendo factorings locais e a Assembléia Legislativa (AL/MT). Na época, integrava a mesa diretora da AL, Humberto Bosaipo, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e o deputado José Riva (PP), atual presidente do Legislativo estadual.

Especula-se que o repórter especial da Globo teria feito um comparativo entre a época em que a Operação foi desmantelada e os dias de hoje, e comprovado que ao invés de cessar, a corrupção em Mato Grosso ainda é uma realidade.

Além de Riva e Bosaipo, a matéria vincularia ainda aos esquemas de desvio de dinheiro público no estado o nome da deputada estadual Chica Nunes (DEM), acusada de comandar desvio de R$ 6,5 milhões nos cofres da Câmara Municipal de Cuiabá durante sua gestão, biênio 2005/2006, e do ex-vereador recentemente cassado por quebra de decoro parlamentar, Lutero Ponce (PMDB), suspeito de liderar “rombo” de R$ 7,5 milhões nos dois anos que presidiu o Legislativo Municipal, 2007/2008.

A equipe do Fantástico obteve imagens de cheque apreendidos na época pela polícia e  gravou depoimentos dramáticos de cidadãos que tiveram seus nomes utilizados na criação de empresas fantasmas. 

Por meio da Operação Arca de Noé (alusão ao jogo do bicho) João Arcanjo Ribeiro foi condenado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outros crimes.