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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Pai do videogame afirma que não joga bem

Quando redigiu quatro páginas, em setembro de 1966, com as ideias do que seria o primeiro videogame da história -o Brown Box-, o engenheiro alemão Ralph Baer não imaginava o que estaria por vir.


"Foi uma grande evolução tecnológica que permitiu o desenvolvimento dos jogos que existem hoje", disse Baer à Folha, no sábado, após uma palestra por Skype para cerca de 200 jovens durante a segunda edição da feira de jogos eletrônicos Rio Game Show.

Arquivo Pessoal

O engenheiro alemão Ralph Baer, que desenvolveu o console Brown Box e é tido como o pai do videogame, diz que não joga bem

Com idades diversas, os participantes da palestra tinham em comum a paixão por videogames --do Atari ao Nintendo Wii-- e a reverência ao alemão de 87 anos, radicado nos Estados Unidos desde os 16, que é considerado o pai dos games.

"Sem ele, não existiriam esses jogos maravilhosos. Nem sei o que seria de mim se o Baer não tivesse nascido", brinca o estudante João Magalhães, de 15 anos, fã de jogos de guerra para computador.

Baer diz que, "ao contrário do que costumam pensar", nunca jogou bem videogames. Hoje, quando não está projetando algum brinquedo eletrônico, itens para games ou dando palestras, ele até se arrisca a jogar Nintendo Wii com os netos. "Mas não adianta, eles ganham todas", diz --o que é compreensível, já que alguns jogos do Wii exigem resistência física que, naturalmente, falta a um homem nascido em 1922.

Baer fala pouco. Ele diz que seu jogo eletrônico predileto é o arcaico Ping-pong -criado pelo próprio para o Brown Box, no fim dos anos 60. Apesar da preferência pelo game mais antigo de todos, Baer considera o Wii o melhor videogame já inventado: "Ele permitiu, mais do que nenhum outro, transformar o jogador em personagem do jogo. Ninguém poderia prever algo assim".

Para ele, os videogames não provocaram uma revolução no mundo. "Revolução, não, mas sim uma evolução, assim como tivemos a evolução do telégrafo, do cinema, da televisão, do computador, do celular", diz.

Sobre a violência que marca alguns jogos de hoje, o alemão diz que "violência é sempre um problema, mas que ela também está em muitos filmes a que assistimos, tanto no cinema quanto em nossas casas".

E o futuro dos games? Baer não deixa pistas. Hoje, ele se permite ter o olhar mais voltado para o passado. "Os videogames saíram da televisão e agora estão até nos celulares. O que vem a seguir ninguém sabe."
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