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Domingo, 05 de maio de 2024

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Mochila, guitarra e dicionário, o kit de um francês para estudar engenharia no Brasil

Mochila, guitarra, minidicionário de português e um caderninho de notas. Essa é toda a bagagem de Loic Queval, um estudante francês de 22 anos que chegou a Florianópolis na noite terça-feira de carnaval para estrear o convênio da sua escola, em Toulouse (França), com Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no curso de Engenharia Elétrica.


Na contramão da tendência de saída de brasileiros para estudar no exterior, Loic veio para cá concluir seus estudos nos próximos seis meses porque o curso da UFSC, segundo ele, é uma referência internacional para quem faz engenharia elétrica. Além do curso na sala de aula, o estágio catarinense de Loic inclui trabalho no laboratório para realização de um projeto sob orientação de um professor da UFSC.

Na verdade, esses seis últimos meses do curso serão uma especialização em três áreas que lhe interessam na carreira que escolheu: Sistema de Potência, Automatismo não Linear e Potência do Sistema Elétrico.

Hoje, em seu primeiro dia na capital catarinense, Loic vai à UFSC, entregar seus papéis para matrícula, conhecer as instalações e se apresentar ao professor que será o seu orientador daqui por diante.

Ele vem da Enseeiht (Escola Nacional de Eletrônica, Eletrotécnica, Informática, Hidráulica e Telecomunicações), que não é uma universidade, mas uma das chamadas “grandes escolas” da França, onde o estudante entra por meio de um concurso nacional “muito difícil”, que lhe dá o direito de escolher entre mais de cem instituições onde prefere estudar por conta do Estado.

São dois anos de preparação para o concurso e três no curso, sendo obrigatório um estágio de pelo menos três meses no exterior. Loic já cumpriu essa parte com sobras, pois, antes do Brasil, já passou seis meses na Nicarágua, fazendo um curso sobre turbinas de vento. Também já estudou informática na Alemanha, voltada para programas de regulação de sistemas elétricos.

Além dele, sua escola já tem uma estudante na UFSC, mas ela faz o curso de engenharia hidráulica e está no segundo ano, enquanto ele já cursa o terceiro da Enseeiht. Lá, estudam dez brasileiros e ele se tornou amigo deles, aprendeu algumas palavras em português e decidiu concluir o curso de engenharia elétrica em Florianópolis, atraído também pelo clima e as belas praias da cidade. Ele não gosta de frio e neve, comuns no seu país.

A guitarra é para relaxar de tanta ciência na cabeça e tocar com/ou para os amigos nas horas de folga, principalmente um rock ou música popular brasileira. E sem preferência por times de futebol, declara-se praticante de basquete, uma escolha mais de acordo com sua estatura de mais de 1,80m.

Nascido em Paris, filho de pais divorciados e morador de Marselha antes de se mudar para Toulouse, Loic está empolgado com sua vinda para o Brasil e parece ter planos de ficar por aqui, mesmo depois que terminar os estudos na UFSC. Para enfrentar as dificuldades iniciais da linguagem, ele tem no seu caderninho nada mais do que nove termos que considera básicos “para poder viver sem problemas nesses primeiros dias de Brasil”:

1 – Esquisito 2 – Xadrez (o jogo) 3 – Joguinho de tabuleiro (ele joga xadrez)
4 – Estrelas cadentes 
5 – Óculos
6 – Brincar
7 = Estar a chover a cântaros
8 – Paquerar
9 – Fadinha

É claro que uma lista dessas não é comum e justifica uma explicação. Fadinha, por exemplo, é tão inusitado que parece ter sido gozação de algum dos amigos brasileiros de Loic na França. Mas ele, muito sério, acaba explicando o que significa essa palavra no seu caderninho: “Passa o pão, Fadinha...”
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