O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, antecipou-se ao anúncio que seria feito amanhã pela cúpula do Democratas e comunicou a jornalistas nesta quinta-feira a sua saída do partido. Ele é acusado de participar de um esquema de pagamento de propina que envolveu empresários, secretários do governo distrital e deputados distritais.

Arruda disse que cumprirá seu mandato até o final "para honrar com o compromisso que foi dado pela população do Distrito Federal". O governador argumentou que está sendo acusado por fatos ocorridos há mais de três anos, ainda no governo anterior e que essas imagens foram embaralhadas para mostrar como se tudo ocorresse no tempo presente.

"Fui vítima de uma farsa montada por adversários políticos para me tirar da disputa ao governo em 2010, já que as pesquisas eleitorais me davam ampla vantagem", comentou.

De acordo com o governador, as armadilhas foram montadas depois de seu governo ter feito violentos cortes no orçamento, além de retirar cargos estratégicos do GDF ocupados há oito anos. "Essas mudanças contrariaram interesses pessoais, políticos e empresariais", ressaltou. "Essas práticas políticas são herança que não consegui extirpar com clareza, como gostaria e como era meu dever", acrescentou.

Acompanhado do vice-governador, Paulo Octávio, Arruda citou as realizações de seu governo. "Em três anos o governo adquiriu dois mil ônibus, sem que houvesse aumento de passagem, construiu mil salas de aula, não permitiu nenhuma invasão de área pública", informou ao garantir que vai concluir a mais de duas mil obras em andamento no Distrito Federal. "O Brasil precisa de uma ampla reforma política", concluiu.