O ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Marco Aurélio Mello, que já presidiu a Corte, afirmou nesta quinta-feira (10) que o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), em tese poderá recorrer ao TSE para voltar ao partido, sob a alegação de persigação política por parte da legenda.

Acusado de envolvimento com um suposto esquema de pagamento de propina a aliados do governo do DF, Arruda anunciou sua desfiliação nesta tarde, após o TSE negar um pedido de suspensão de seu processo de expulsão por parte do DEM.

A única possibilidade de Arruda disputar as eleições de 2010 seria seu retorno ao DEM. “A justificativa é sempre possível. Agora, resta saber se será agasalhada pela Justiça Eleitoral", disse Marco Aurélio sobre uma possível ação que Arruda poderia protocolar no TSE. "A estratégia é sempre possível. Aquele que se sinta de alguma forma pressionado, tem o direito de procurar uma saída", completou o ministro.

O DEM havia marcado para esta sexta-feira (11) a reunião da Executiva Nacional que decidiria pela expulsão ou não de Arruda. No final desta tarde, no entanto, o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, anunciou o cancelamento da reunião, diante da desfiliação do governador.

A saída de Arruda do DEM o deixa sem legenda para a disputa de cargos eleitivos nas eleições de 2010, pois o prazo de filiação a partidos para a disputa do pleito do ano que vem se encerrou no começo de outubro, um ano antes da data prevista para o primeiro turno das eleições.