Brasil e Índia estão hoje entre os cinco principais apoiadores governamentais em pesquisas sobre doenças do Terceiro Mundo, de acordo com estudo divulgado na semana passada, que descobriu que nações de renda média estão enfrentando melhor o fardo de doenças afligindo seus cidadãos mais pobres.

O estudo, conduzido pelo George Institute for National Health, com base na Austrália, descobriu que quase 3 bilhões de dólares foram gastos no ano passado em novos medicamentos ou produtos para essas doenças. O Brasil e a Índia assumiram a liderança em lepra e dengue, e com a África do Sul, financiaram grande parte da pesquisa sobre meningite e pneumonia.

"Para algumas doenças negligenciadas, a tradicional confiança em financiamentos de caridade e apoio de doadores está sendo substituída por um mercado e por um setor domesticamente direcionado de pesquisa e desenvolvimento", disse Dra. Mary Moran, principal autora do relatório.

Os americanos seguem sendo, de longe, os maiores apoiadores. Entre eles, o Instituto Nacional de Saúde e a Fundação Bill e Melinda Gates ofereceram quase 60% dos financiamentos.

No total, o governo dos Estados Unidos proporcionou US$ 1,3 bilhão; a Comissão Europeia concedeu cerca de um décimo desse valor. A Inglaterra vem em terceiro, seguida pelo Brasil, Índia, França, Holanda, Espanha, Suécia, Austrália, Canadá e Noruega.

Quando financiadores não-governamentais são contabilizados, a indústria farmacêutica foi coletivamente a terceira maior, depois apenas do Instituto Nacional de Saúde e da Fundação Gates.

Apenas três doenças --Aids, malária e tuberculose-- receberam 73% do dinheiro de pesquisa.