Uma rede de televisão britânica procura doentes terminais que queiram se tornar voluntários em um novo reality show que pode provocar uma polêmica mundial. O objetivo do projeto da produtora de filmes TV Fulcrum, em parceria com o Channel 4, é embalsamar os participantes frente às câmeras no processo tradicional do Antigo Egito. As informações foram publicadas pelo jornal The Independent nesta segunda-feira.

O anúncio divulgado pela emissora procura voluntários que "buscam a imortalidade celuloide". "Estamos ansiosos para falar com alguém que, confrontado com o conhecimento sobre a própria doença terminal e tudo o que isso implica, considere participar do processo de embalsamento egípcio antigo", explicou o anúncio. A proposta da produtora recebeu fundos do Channel 4, que espera colocar o projeto em ação o mais rápido possível.

Responsáveis pelo programa já estão trabalhando no norte da Inglaterra com um cientista que afirma ter descoberto os segredos do processo de mumificação, popular durante a dinastia egípcia que governou em 3.300 a.C.. O povo do Egito Antigo acreditava que o embalsamento ou "mumificação" dos corpos eram requisitos necessários para a vida após a morte. Os egípcios foram capazes de preservar corpos durante mais tempo do que qualquer outra civilização.

Segundo a produtora, a ideia é colocar o corpo embalsamado durante o reality show em exposição em um bom museu para que as pessoas possam entender corretamente o funcionamento do processo. "Gostaríamos de manter o corpo por uns 2 ou 3 anos para ver se a mumificação deu certo. Depois disso, liberamos para que seja feito o funeral", disse a TV Fulcrum.

A produtora também está preocupada com a polêmica que o programa pode gerar mundialmente e afirmou que a empresa já está avaliando os processos legais ao lado dos seus advogados. "Nenhuma quantia em dinheiro seria depositada, nem mesmo para ajudar os parentes dos voluntários. Claro que cobriremos todos os custos, mas nosso conselho de advogados acredita que seria desrespeito oferecer um pagamento pelos corpos", afirmou Richard Belfield, produtor executivo da TV Fulcrum.