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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Abuso na infância pode reprogramar gene, diz estudo

Sofrer abusos durante a infância pode provocar a reprogramação de alguns genes, deixando a vítima mais vulnerável a doenças mentais e suicídio, sugere um estudo canadense publicado na revista especializada Nature Neuroscience


Análises de tecido do cérebro de adultos que se suicidaram revelaram mudanças genéticas fundamentais entre os que tinham sofrido abusos quando criança.

De acordo com os cientistas, o estudo reforça o resultado de pesquisas anteriores, que mostraram que abusos durante a infância estão associados a uma reação mais intensa em situações de estresse.

Mas ainda não se sabe exatamente como fatores externos interagem com os genes e contribuem para a depressão e outros problemas mentais na fase adulta.

A equipe de pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, examinou o gene para o receptor glicocorticóide - que ajuda a controlar a resposta ao estresse - em uma região cerebral específica de 12 vítimas de suicídio com um histórico de abusos na infância e 12 vítimas que não sofreram abusos quando criança.

Eles encontraram alterações químicas que reduziram a atividade do gene naqueles que sofreram abusos durante a infância.

Esta redução levou a menos receptores glicocorticóides, o que levaria a uma resposta de intensidade acima do normal ao estresse, segundo o estudo.

A pesquisa sugere que as experiências durante a infância, quando o cérebro está se desenvolvendo, podem ter um impacto de longo prazo sobre a resposta de alguém a situações estressantes.

Mas o chefe da equipe, Michael Meaney, disse acreditar que estes efeitos bioquímicos também podem ocorrer em fases mais avançadas da vida.

Para Meaney, o resultado mostra o que qualquer psicólogo infantil ou trabalhador no setor de saúde pública já sabe.

"Mas até você comprovar o processo biológico, muitas pessoas no governo e responsáveis pelas políticas na área permanecem relutantes em acreditar que é verdade."

"Além disso, você pode se perguntar se um remédio seria capaz de reverter estes efeitos e isto é uma possibilidade", afirmou Meaney.

Jonathan Mill, do Instituto de Psiquiatria do Kings College London concorda: "O mais empolgante sobre alterações epigenéticas (em que o meio ambiente controla a atividade genética) é que elas são potencialmente reversíveis e portanto seriam talvez um futuro alvo para intervenção terapêutica."

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