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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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falso desaparecimento

Presidente do IPCC pede desculpas em erro sobre geleiras do Himalaia

Foto: Reprodução

Presidente do IPCC pede desculpas em erro sobre geleiras do Himalaia
O principal líder do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) foi obrigado a pedir desculpas pela inclusão, no relatório de 2007, de que havia uma chance "muito alta" de que as geleiras desaparecessem do Himalaia em 2035.


Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, reconheceu na quarta-feira (20) que "os padrões claros e bem-estabelecidos de evidências apontam que procedimentos da IPCC não foram aplicados apropriadamente" quando a citação sobre o Himalaia foi inclusa nas 900 páginas de avaliação sobre os impactos da mudança climática.

No parágrafo da polêmica, lê-se: "Geleiras no Himalaia estão vazando mais rapidamente que qualquer outra parte do mundo e, se o padrão atual permanecer, a probabilidade de elas desaparecerem em 2035 e talvez antes disso é muito alta."

Fonte única

O relatório cita apenas uma única fonte: um relatório de 2005 da organização não-governamental WWF que, por sua vez, cita um artigo de 1999 na "New Scientist".

O artigo selecionado da "New Scientist" foi feito a partir de uma entrevista com o glaciologista indiano Syed Hasnain, vice-chanceler da Universidade Jawaharlal Nehru, em Nova Déli, e que escreveu acerca de um relatório para a Comissão Internacional para Neve e Gelo.

Dizia, com base na entrevista de Hasnain, que "todas as geleiras no centro e no leste do Himalaia podem desaparecer em 2035". A alegação não aparecia, contudo, no relatório da comissão, que só ficou disponível no final do ano passado.

Nesta semana, um grupo de geógrafos, liderados por Graham Cogley, da Universidade Trent, em Ontario (Canadá) escreveram na revista "Science" indicando que a alegação "exigia 25 vezes mais perda de 1999 até 2035 do que estimado entre 1960 e 1999. Isso conflita com o conhecimento das relações entre glaciologia e clima, e está errado."

Os geógrafos disseram ainda que a alegação foi "capturada da imaginação global, e frequentemente repetida na boa fé, inclusive recentemente pelo presidente do IPCC". Os erros do IPCC "poderiam ser evitados caso normas de publicação científica, incluindo revisão de trabalho e a concentração em trabalhos acadêmicos, fossem respeitadas".

Literatura verde

Um dos autores do relatório do IPCC, Stephen Schneider, da Universidade Stanford, na Califórnia, defendeu o uso nesta semana da chamada literatura verde nos relatórios do órgão.

Ele disse que é impossível incluir apenas pesquisas acadêmicas porque, particularmente nos capítulos de discussão dos impactos regionais da mudança climática, "a maioria da literatura não está acima do padrão dourado".

A afirmação sobre o Himalaia aparece em um capítulo regional sobre a Ásia. "Há poucos autores na região, então isso limita a base científica", disse Schneider.
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