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Sábado, 04 de maio de 2024

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Cidadãos de Cuiabá reclamam de "perder tempo" no Ganha Tempo

Imagine alguém pensando na vida, planejando o que fazer caso ganhe o prêmio da Mega Sena e ainda tendo o prazer de reencontrar uma amiga dos velhos tempos. Parece agradável né? Não se o protagonista da cena for um trabalhador que está em uma fila esperando há nada menos do que quatro horas para tirar a 2ª via da carteira de trabalho (CT).


De tanto esperar o atendimento do Sistema Nacional de Emprego (Sine), localizado no Ganha Tempo. em Cuiabá, o vendedor João Bosco Luz Silva (48) começou a pensar na vida, nos planos da Mega Sena e até encontrou uma ex-professora para bater papo. Tudo para "não lembrar" que estava “perdendo tempo e faltando o trabalho”, durante a longa espera.

“Cheguei aqui às 7h30 e até agora não fiz nada a não ser esperar. Fico pensando que estou faltando serviço e que isso vai vir descontado no mês que vem. É um desrespeito” disparou Silva quando o relógio já marcava 11h50. "A sorte foi que encontrei minha ex-professora e ai ficamos batendo papo para passar o tempo", desabafa ajeitando-se na cadeira de espera.

Duas fileiras atrás, a auxiliar de serviços gerais Dorotina de Oliveira Rozendo (45) estava prestes a cair no sono. Também com intuito de tirar a 2ª via da carteira de trabalho, ela chegara ao Ganha Tempo no mesmo horário que Silva e recorda que a fila para pegar a senha logo no início do dia já "fazia até curva".

Aquela era a terceira vez que Dorotina ia ao Sine. Da primeira, ainda na triagem de documentos ela foi informada que faltava o número do PIS. Da segunda vez, portando o PIS, ela foi informada de outro detalhe: faltava o boletim de ocorrência com o registro da perda da 1ª via da CT. "Foi erro dos funcionários. Eles deviam ter me avisado da primeira vez todos os documentos que estavam faltando porque aí eu poderia trazer tudo de uma vez", reclama.

Moradora do bairro Serra Dourada, na capital, para chegar às 7h30 no Ganha Tempo Doratina tem que acordar às 5h. Para sustentar o episódio que se transformou a emissão da 2ª via de sua carteira, a desempregada tinha gastado até o momento oito passagens de ônibus e contabilizava pelo menos mais uma para voltar para casa. "Nessa brincadeira vou gastar no mínimo R$ 23 só de passe. Mas o pior mesmo é perder tempo aqui esperando", afirma.

Os dois não são os únicos obrigados a esperar por atendimento. De acordo com informações a Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), que administra o Ganha Tempo, passam por lá diariamente pouco mais de 5 mil pessoas.

A “espera”, alvo da maioria das reclamações dos usuários ocorre, segundo a Leandra Aparecida da Silva, superintendente do Ganha Tempo, porque hoje o complexo atende o triplo de pessoas do que o previsto quando foi inaugurado. “Tentamos fazer o melhor possível, mas estamos prestando serviço para o triplo de pessoas que estamos preparados”, justifica.

De acordo com Silva a estrutura do local impede a ampliação do Ganha Tempo e ainda não há previsão para a construção de uma nova sede.

Sobre o trocadilho frequentemente utilizado entre os usuários do local. Silva se defende. “O nome gera confusão entre as pessoas. Pensam que tudo será muito rápido. Mas na verdade Ganha Tempo refere-se à diferentes serviços disponibilizados em um mesmo local”, disse sobre o trabalho dos parceiros, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Cepromat, Detran, Fesp, Coordenadoria de Identificação da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Lotérica, INSS, Procon, Rede Cemat e Banco Coopercem, Sanecap, Secretaria de Estado de Fazenda, Secretaria de Estado de Saúde, MT Saúde, Sine, Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal Regional Eleitoral.

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