Três pessoas foram presas nesta segunda-feira (25) após um tumulto no local onde o novo reitor da USP (Universidade de São Paulo), João Grandino Rodas, tomava posse. A cerimônia ocorria na Sala São Paulo, na região central da capital paulista.
A manifestação ocorreu por volta das 17h30 desta segunda, na entrada lateral do local, onde fica o estacionamento de autoridades.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 30 manifestantes tentaram quebrar o portão de entrada da Sala São Paulo. Os alunos negam.
O grupo de jovens atirava objetos, como placas e guarda-chuvas, e gritavam "fora João Grandino!". A polícia interveio jogando bombas de efeito moral.
Os manifestantes disseram ser contra o aumento da passagem de ônibus, e protestavam contra a presença do prefeito Gilberto Kassab (DEM) na cerimônia.
Posse
Cerca de 50 estudantes e funcionários da USP fizeram uma manifestação na entrada da Sala São Paulo no início da posse. Eles penduraram faixas e cartazes no portão do local.
Durante a cerimônia, Rodas disse que faltam dois aspectos fundamentais para haver planejamento futuro na sua atuação como reitor: respeito à instituição pública e o fim do confronto entre a universidade e os alunos.
Os debates deram lugar à força na universidade, de acordo com o novo reitor. O instrumento da violência é justificado por ideais, o que vai contra a função universitária:
- Não estou aqui para dizer quem começou isso [a violência na universidade]; é um círculo vicioso. É necessário sair deste círculo vicioso para um círculo virtuoso.
Rodas, que atualmente dirige a Faculdade de Direito da USP, foi escolhido pelo governador de São Paulo, José Serra, como o 26º reitor da instituição. A cerimônia acontece fora do campus da universidade.
O nome do professor foi retirado a partir de uma lista com três nomes, selecionados em votação. Rodas era o segundo da lista de reitoráveis da universidade, atrás de Glaucius Oliva, diretor do Instituto de Física de São Carlos.
Novos nomes
Pelo menos um pró-reitor já foi escolhido para ocupar a mais alta administração da USP: Marco Antonio Zago, atual presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Ele vai ocupar a pró-reitoria de pesquisa da universidade, no lugar da geneticista Mayana Zatz, originária do IB-USP (Instituto de Biociências da USP).