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Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Variedades

Lógica comercial está por trás de Oscar multicultural

Multiculturalismo, para a Academia, é distribuir prêmios para profissionais de diferentes etnias, saudar a possibilidade de rodar filmes de apelo comercial em lugares termos e com orçamentos menores do que a média, e reconhecer que pode haver vida inteligente no cinema fora de Hollywood. 


De acordo com essa ideia prosaica que empresta ao termo um significado oportunista, o Oscar viveu no domingo outra noite multicultural, na linha da que consagrou, em 1988, "O Último Imperador", de Bernardo Bertolucci, com nove Oscar -quase nas mesmas categorias em que triunfou "Quem Quer Ser um Milionário?".

Esse aceno generoso a outras culturas tem um sentido de inclusão, como os novos tempos nos EUA sugerem, mas segundo a lógica comercial. Um afago a um país (ou a uma comunidade irmanada pelo mesmo idioma) na noite de premiação dura poucos minutos e, simbolicamente, realimenta simpatias de valor de mercado incalculável.

Um Oscar para Penélope Cruz, por exemplo, pautará por muito tempo toda a mídia da Espanha e associará para sempre o prêmio ao nome da atriz. Seu discurso de agradecimento em espanhol, no entanto, alcança todos os países hispânicos, despertando o sentimento de que "um de nós chegou lá".

Vários de "nós" chegaram lá na cerimônia de domingo, a começar pelos australianos (o apresentador Hugh Jackman, a família de Heath Ledger), pelos indianos de "Quem Quer Ser Um Milionário?" e pelos japoneses que, vencedores nas categorias de filme estrangeiro e de curta-metragem, alegremente disseram "zankiu".

Sem falar em italianos (Sophia Loren ao vivo, mais imagens de Roberto Benigni) e até poloneses (com o diretor de fotografia Janusz Kaminski pagando mico em um quadro). A transmissão da própria cerimônia é fonte de receita e, com a audiência global em queda, a escolha de apresentadores se tornou ainda mais estratégica.

Não por acaso, também deram as caras ídolos do público jovem, como os atores de "High School Musical" e de "Crepúsculo". Se a Academia quis simbolicamente dizer a alguém que aquele enorme brinquedo um dia será seu, foi para essa nova geração de astros nada multiculturais, e não para os alegres indianos de "Quem Quer Ser um Milionário?". 
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